Inteligência emocional é a habilidade mais subestimada do mercado (pixabay/Economídia)
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Publicado em 28 de junho de 2023 às 23h30.
Por Marcelo de Sá*
O que vale mais? Ser expert em algo bastante específico ou ser uma pessoa com a qual é fácil se relacionar?
Não faz tanto tempo, o coeficiente de inteligência ou o número de cursos formais concluídos por um profissional eram os únicos diferenciais realmente levados em conta em ambientes corporativos. Mas isso mudou na medida em que os gestores passaram a ser responsáveis por liderar equipes multifuncionais, enfrentar pressões constantes e tomar decisões rápidas e informadas.
Por isso, a máxima de que normalmente o funcionário não pede demissão da empresa e sim do chefe parece ser cada vez mais verossímil. Ainda assim, a habilidade de reconhecer, compreender e gerenciar efetivamente as emoções – tanto em si quanto nos outros – nem sempre é valorizada; pelo contrário, é subestimada.
A inteligência emocional transcende em muito os conhecimentos técnicos, colocando ênfase na compreensão dos sentimentos, na empatia e na capacidade de se adaptar às situações. Ela envolve habilidades como autoconsciência emocional, autorregulação emocional, empatia e habilidades sociais cruciais para construir relacionamentos interpessoais saudáveis, tomar decisões acertadas, lidar com o estresse e motivar equipes.
Mas até que ponto as habilidades emocionais são decisivas para o sucesso profissional ou uma liderança eficaz?Daniel Goleman, jornalista norte-americano estudioso do comportamento humano, foi um dos primeiros a abordar o conceito que conhecemos hoje. Há mais de década, Goleman destacou a importância da inteligência emocional na liderança, dizendo à Harvard Business Review : “Os líderes mais eficazes são todos parecidos de uma maneira crucial: todos eles têm um alto grau do que veio a ser conhecido como inteligência emocional. Não é que QI e habilidades técnicas sejam irrelevantes. Eles importam, mas são os requisitos básicos para posições executivas”.
De lá pra cá, a inteligência emocional tem ganhado o status de competência crucial no mundo dos negócios e da liderança. À medida que as organizações enfrentam desafios complexos e buscam alcançar resultados excepcionais, os gestores precisam ir além das habilidades técnicas e desenvolver uma compreensão profunda das emoções – as suas e as dos outros.
Hoje, vemos empresas exaltando líderes com inteligência emocional que costumam oferecer respostas rápidas e eficientes a desafios, podendo fazer a diferença nos resultados do negócio. Além disso, essa habilidade tende a engajar o time a buscar soluções inovadoras e criativas para problemas complexos. Do contrário, a falta de inteligência emocional na gestão pode gerar muitos ruídos de comunicação e sentimentos mal resolvidos que resultam em descontentamento.
E é nesse contexto que a inteligência emocional surge como uma ferramenta poderosa para aprimorar a liderança, impulsionar a produtividade e melhorar os resultados do negócio.
A autoconsciência é uma das principais competências que compõem a inteligência emocional. Assim, ter essa habilidade é reconhecer como as emoções afetam o comportamento, principalmente em relação aos outros. Líderes que carecem de autoconsciência enfrentam alta rotatividade de liderados. De acordo com estudo realizado pela Universidade de Georgetown, o colaborador médio perde o compromisso com o trabalho devido à baixa inteligência emocional demonstrada por seus líderes.
Atualmente, diversas empresas reconhecem a importância dessa capacidade. Destaco dois casos em que se valorizou a inteligência emocional em seus gestores:
Priorizar uma cultura que incentiva a inteligência emocional permite que gestores entendam quais caminhos os conectam às outras pessoas, maximizando experiências e potencializando resultados.
Desenvolver a inteligência emocional é um processo contínuo que requer prática e autoconsciência. A seguir enumero 5 dicas e estratégias que podem ajudar você no dia a dia como gestor:
Outro aspecto pouco abordado pelas empresas até uns anos atrás é o ato de cuidar do bem-estar pessoal para manter um estado emocional equilibrado.
É como se a lógica de ‘quem está bem, está feliz e quem está feliz, produz mais’ ganhasse uma notoriedade nunca antes percebida. Logicamente, como todo aprendizado, cultivar a inteligência emocional exige prática e comprometimento, mas adianto a você: vale a pena! Os benefícios são realmente significativos, tanto para o crescimento profissional dos gestores quanto para os negócios.
*Marcelo de Sá é CFO do Grupo Petrópolis, fabricante das marcas de cerveja Itaipava, Petra, Black Princess, Cacildis, Crystal, Lokal e Weltenburger Kloster, do refrigerante it!, do energético TNT e da água mineral Petra
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