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Como ajudar na ressocialização dos alunos com volta às aulas presenciais?

Com a volta às aulas, mesmo que em sistema híbrido, principal desafio é reaprender a se relacionar e retomar vínculos

Retorno ao ambiente escolar vem acompanhado de desafios criados pelo longo período de ensino à distância (Studio Formatura/Galois/Agência Brasil)
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Bússola

Publicado em 13 de outubro de 2021 às 15h02.

Por Samir Iásbeck*

O progressivo sucesso das campanhas de vacinação contra a covid-19 no país está permitindo que diversas cidades comecem a afrouxar as medidas de distanciamento adotadas nos períodos mais severos da pandemia. Com isso, comércios de todos os segmentos estão pouco a pouco retornando ao ritmo normal de funcionamento, com vários locais já exigindo que os colaboradores comecem a trabalhar presencialmente. E esse fluxo está sendo adotado pelas instituições de ensino, que iniciaram o segundo semestre letivo regressando ao presencial e sistema híbrido.

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Após mais de um ano com a maior parte dos estudantes brasileiros frequentando as aulas por EaD, voltar às salas e ao convívio com os colegas e professores certamente era o desejo de muitos. Mas, ainda que esse retorno ao ambiente escolar seja extremamente positivo e imprescindível para o desenvolvimento das crianças e adolescentes tanto na esfera educacional e pessoal, ele vem acompanhando de algumas dificuldades sociais, pedagógicas e emocionais, que são resultado desse período no qual tanto os tutores quanto os alunos não tinham outra opção a não ser o ensino à distância.

No início da crise sanitária, o grande desafio era justamente a adaptação ao espaço virtual, e as escolas, cursinhos e faculdades precisaram se adequar à nova realidade de forma abrupta. Porém, agora, com os professores e estudantes já acostumados à vida online, o principal obstáculo é reaprender a criar conexões e se relacionar uns com os outros pessoalmente, sem o artifício promovido pelas telas e cliques que rapidamente permitiam se retirar de uma reunião ou de um chat de discussão com os colegas e também com o agravante de que muitos ainda estão inseguros de manter esse contato físico, e ainda integrar esse modelo tradicional ao digital.

Ainda que não seja uma tarefa fácil, existem diversos métodos que podem deixar esse processo de ressocialização mais fácil e tranquilo, e utilizando como ponte uma relação que já estava sendo formada e se intensificou após a pandemia: o vínculo entre os jovens e a internet e outras tecnologias. Com as medidas de isolamento e sem permissão de sair de casa, eles passaram a depender do ambiente online não apenas para estudar, mas também para se distrair e descontrair.

Uma das atividades disponibilizadas no ciberespaço que mais atraiu novos usuários recentemente foram os games, que permitem não apenas se divertir, mas estar na companhia virtual de outras pessoas ao mesmo tempo. Durante a pandemia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez uma campanha, a #PlayApartTogether (#JogueSeparadoJunto, em tradução livre), incentivando que as pessoas se unissem virtualmente para jogar e afirmou que a prática era uma boa maneira de se conectar. Dados da Pesquisa Game Brasil 2021 apontam que 75,8% dos gamers brasileiros disseram que jogaram mais no período da crise.

Ao analisar essas informações, fica claro que as portas estão abertas para o consumo de conteúdos que venham por meio desse canal. Pensando nisso, é possível enxergar uma estratégia capaz de se aproveitar desse cenário para auxiliar na ressocialização: a gamificação, que consiste na aplicação de elementos de jogos em atividades educacionais.

A ferramenta tem um grande potencial de ajudar nesse processo de reconexão com os colegas e tutores, e vale destacar que ela não precisa necessariamente ser realizada por meio da tecnologia. Seu conceito é de fácil entendimento e pode ser aplicado nas dinâmicas presenciais, ajudando os estudantes a se soltarem e a interagirem de forma mais leve.

Toda crise traz consigo transformações profundas e enormes aprendizados, mesmo aquelas mais conturbadas e difíceis de enfrentar. Nesse caso, não será diferente. Estamos cada vez mais perto de deixar esse cenário pandêmico para trás, mas o que deve ficar são as lições e a força de vontade que a sociedade teve para se reinventar e descobrir novas formas de viver.

*Samir Iásbeck é CEO e Fundador do Qranio, plataforma mobile de aprendizagem que usa a gamificação para estimular os usuários a se envolverem com conteúdos educacionais em todos os momentos

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