Capital profana
Analista político da FSB Comunicação analisa o cenário da eleição paulistana
Mariana Martucci
Publicado em 23 de outubro de 2020 às 19h41.
Última atualização em 23 de outubro de 2020 às 19h46.
"São Paulo é como o mundo todo. No mundo um grande amor perdi”. A voz de Caetano Veloso perpassa a eleição paulistana como transe flamenco para vários candidatos, de hoje e de sempre.
O Partido dos Trabalhadores não encanta nestas eleições como encantou desde os anos 1980. É algo velho, sem brio, frágil, ultrapassado. Não empolga mais nem desperta paixões. Deve ficar fora do segundo turno, algo raro na história recente.
É fenômeno interessante que se reproduz, até agora, em quase todo o país nesta eleição. Há poucos petistas liderando pesquisas nas disputas das principais cidades brasileiras, faltando pouco mais de 20 dias para a votação. O principal partido de oposição no país definha a votos vistos. De perto, São Paulo é normal para o PT.
O ex-governador Márcio França está até melhor que o nome petista na disputa, Jilmar Tatto. Nas eleições para o Palácio dos Bandeirantes, França teve desempenho na capital superior ao vencedor João Doria. Agora, tudo mudou. Decepcionam também fenômenos da eleição de 2018 como Arthur do Val e Joice Hasselmann. Todos levam do eleitor o leite mau dos caretas, como cantou Caetano, e não empolgam.
Celso Russomanno começou bem como nunca, e cai como sempre. Tentou puxar o presidente Jair Bolsonaro para segurar a liderança, mas o eleitor prefere entoar mais uma vez: ”no mundo um grande amor perdi”. Covas e Boulos, sem mágoas, estão por aí…
*Analista político da FSB Comunicação
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