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Remy Sharp
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No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pulmão pode ter a sua letalidade reduzida em 28% até 2030. A projeção leva em conta fatores como campanhas antitabagismo, adoção de hábitos saudáveis pela população, disponibilidade de diagnóstico e tratamento mais avançado.

A Organização Mundial da Saúde alerta sobre os riscos do tabaco para a saúde do pulmão, coração e outros órgãos vitais. No Brasil, a campanha foi, aos poucos, encontrando sucesso e reduzindo a quantidade de fumantes. Atualmente, segundo dados do Ministério da Saúde, 12% dos brasileiros consomem cigarros diariamente.

“O Brasil é referência no que diz à redução de fumantes. Saímos de 30% da população para aproximadamente 12%. No entanto, o grande benefício contra o câncer de pulmão são as tecnologias mais avançadas de diagnóstico. Antes, os pacientes chegavam com casos mais sérios, mas hoje, conseguimos monitorar pacientes de risco e agir rapidamente para diminuir o risco de mortes”, afirma o pneumologista do Hospital Santa Catarina – Paulista, Dr. Alberto Cukier.

Mesmo com a redução de fumantes, o Brasil ainda possui uma taxa alta de usuários compulsivos. Um estudo de 2022, realizado pela Astrazeneca, evidenciou que 39% dos fumantes fumam 11 ou mais cigarros por dia (acima da média de 27% da América Latina). O tabaco está relacionado a 90% dos cânceres de pulmão diagnosticados no Brasil. Mesmo com esse número alto, apenas 15% dos brasileiros entrevistados pela pesquisa sabiam da severidade da doença, que pode também ser desencadeada por fumo passivo, exposição a determinadas toxinas e histórico familiar.

Fatores de risco, sintomas e tratamentos

Entre os pacientes com maior risco de desenvolver a doença, destacam-se os idosos com mais de 65 anos de idade. Contudo, outros grupos de risco precisam estar atentos e, principalmente, fazer acompanhamentos periódicos: fumantes, pessoas que convivem com fumantes, pacientes que já tiveram outras doenças pneumológicas anteriormente e que possuem um histórico familiar.

Os principais sintomas da doença são tosse incessante, muitas vezes acompanhada de sangue, dor no peito, sibilo (ruídos ao respirar) e perda de peso. Entretanto, os sinais tendem a aparecer, ou ser mais recorrentes, em fases mais avançadas da doença.

“Pacientes com fatores de risco precisam ser monitorados constantemente. Hoje, temos tecnologias que facilitam a identificação e o monitoramento do desenvolvimento das células cancerígenas. Além do diagnóstico, as inovações estão ajudando as equipes médicas a realizarem tratamentos cada vez mais focados e personalizados na necessidade e situação do paciente”, diz o Dr. Alberto Cukier.

O primeiro passo do tratamento é a retirada do tumor por meio cirúrgico. São implementadas diversas alternativas, como, por exemplo, a ressecção (procedimento que remove um segmento de tecido pulmonar afetado pelo tumor), que visam remover por completo o nódulo. Nos casos em que a cirurgia não é efetiva, as opções mais utilizadas pelos especialistas são os tratamentos como a terapia alvo, que visa atingir diretamente as células do câncer, a quimioterapia e a radioterapia. Antes de definir qual será a escolhida, os médicos definem junto com os pacientes qual será a abordagem ideal para cada caso, respeitando o quadro clínico, idade, sintomas, tamanho do tumor e outros fatores.

Radioterapia

O tratamento traz eficácia de 95% para casos de câncer de pulmão em estágios iniciais Um dos métodos mais utilizados para tratamento do câncer de pulmão, a radioterapia oferece menos riscos à saúde do paciente e aplicada nos casos iniciais, pode ter uma eficácia de 95%. Isto se deve aos recentes avanços científicos, como as terapias de precisão, que conseguem atingir somente as células cancerígenas de maneira calculada, preservando as outras células sadias.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que cerca de 60% a 70% dos pacientes com diagnóstico de câncer passam por tratamentos com radioterapia. Ao lado da quimioterapia e da cirurgia, a técnica é um dos três pilares do tratamento do câncer e consiste no uso da radiação ionizante no tratamento de tumores. Essas radiações têm o potencial de levar as células cancerígenas à morte e impedir sua multiplicação.

“A radioterapia mudou muito nos últimos anos, permitindo melhores resultados com menos sessões. Tradicionalmente, o paciente fazia um tratamento de até dois meses de duração e conseguimos encurtar isso: às vezes até em um único dia, outros em três, cinco ou dez dias”, diz o Dr. Lavoisier Fragoso, radio-oncologista do Hospital Santa Catarina – Paulista.

A maior precisão dos tratamentos e a necessidade de menos sessões contribuem para redução dos efeitos da radiação. “No geral, os pacientes trabalham, vêm para o hospital fazer o tratamento e depois voltam para o trabalho”, afirma o Dr. Lavoisier Fragoso. “No Hospital Santa Catarina, nós fazemos o que há de mais avançado, que são as técnicas de radiocirurgia estereotáxica, tanto no crânio quanto extra crânio, no tórax, abdome e pélvis. Também aplicamos as técnicas mais modernas de radiocirurgia de fígado, pâncreas, coluna vertebral e pulmão”, declara o médico.

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