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66% dos brasileiros não sabem quanto receberão na aposentadoria

Estudo da Fenaprevi aponta para crescimento do interesse em como se manter após parar de trabalhar. Seguros de pessoas e previdência privada são citados no planejamento

42% contam com o INSS quando pensam em se aposentar (MoMo Productions/Getty Images)

42% contam com o INSS quando pensam em se aposentar (MoMo Productions/Getty Images)

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Publicado em 30 de outubro de 2023 às 16h13.

Última atualização em 30 de outubro de 2023 às 16h30.

Pesquisa da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), encomendada ao Instituto DataFolha em julho, identificou os principais pontos de atenção dos brasileiros hoje quando o assunto é aposentadoria. Planejamento financeiro, seguros e previdência privada também foram visados no estudo.

A pesquisa revelou, por exemplo, que quatro em cada dez entrevistados (42%) contam com o INSS quando pensam em se aposentar. Porém, a maioria deles (66%) não sabe quanto irá receber mensalmente. Uma parcela menor afirma saber quanto ganhará no futuro da Previdência Social: preveem até um salário mínimo ou uma média de R$ 2.006,51.

Pelas entrevistas, as mulheres contam mais com o INSS quando pararem de trabalhar do que os homens, que indicaram mais frequentemente que deverão se sustentar com a venda ou aluguel de imóveis; ou que terão outro bem ou negócio para se manter. Também em relação à aposentadoria, 57% dos ouvidos na pesquisa acreditam que vão cortar gastos nessa fase. Apenas para 12% a fonte de renda após parar de trabalhar será a previdência privada.

Mais da metade (56%) idealiza se aposentar até os 60 anos. Porém, quando pensam no que de fato acontecerá, acreditam que irão parar de trabalhar com mais idade do que idealizam ou mesmo que nunca se aposentarão.

Milhares não planejam suas finanças

Outro aspecto trazido pela pesquisa é a preocupação com o futuro e revela que 82% dos entrevistados pensam em planejar suas finanças. Desses, 58% pensam nisso sempre ou frequentemente e têm objetivos para os próximos 12 meses. Três a cada quatro entrevistados (77%) têm metas de planejamento financeiro, sendo que 31% pensam em poupar, guardar dinheiro e economizar, enquanto 27% em trabalhar  mais.

A pesquisa ainda revela que 4% dos brasileiros não gostam ou não conseguem se planejar, pois vivem apenas o presente; 3% alegam falta de informação e de conhecimento para montar um planejamento; e outros 3% afirmaram que “o futuro a Deus pertence”.

Quando os entrevistados foram perguntados sobre quais seriam os desafios e obstáculos encontrados para se planejarem financeiramente, a maioria justificou não guardar dinheiro porque não consegue reduzir as despesas ou ser capaz de gerar renda extra. No entanto, chama atenção a informação de que um a cada três entrevistados (33%) disseram “sempre aparecer uma despesa não prevista”.

“Muitos não têm como pensar no futuro porque vivem uma situação de dificuldade financeira para assegurar o presente, as necessidades concretas do dia a dia”, explica o presidente da Fenaprevi, Edson Franco, em relação à atual situação socioeconômica do país. E continua: “o cenário também está associado à nossa baixa capacidade de gerar poupança interna/doméstica, resultante da falta de planejamento e educação financeira.”, analisa o executivo, apontando que com a retomada do emprego e do nível de renda das pessoas, que vêm dando sinais de recuperação no Brasil após a pandemia, o mercado segurador espera o aumento de capacidade de poupar e assim as famílias possam buscar mais proteção à renda.

A pesquisa

Intitulada “A Percepção dos Brasileiros sobre os Seguros Pessoais e Planos de Previdência”, a pesquisa da Fenaprevi está na segunda edição (a primeira saiu em dezembro de 2021). Em julho de 2023, o DataFolha realizou mais de 2 mil entrevistas, quando foram ouvidos homens e mulheres de Norte a Sul do País, com 18 anos ou mais, de estados civis diferentes, integrantes de todas as classes econômicas e, vivendo nas regiões metropolitanas e no interior.

A publicação busca compreender as percepções do consumidor em relação aos seguros de pessoas e planos de previdência complementar (conhecimento e interesse) e o grau de familiaridade dos brasileiros com as situações de risco para as quais os seguros de pessoas oferecem proteção, assim como visa a analisar seu comportamento financeiro quanto ao planejamento, em especial suas projeções para o futuro após a saída do mercado de trabalho.

Legados de um passado recente

Mais de três anos após o início da maior crise sanitária da história recente, o estudo da Fenaprevi evidencia os impactos para parte da população – financeiro  e na saúde mental ou física (passaram a ter mais preocupações, medos e sequelas). Entre os entrevistados, quatro em cada dez (41%) dizem que tiveram sua vida afetada financeiramente pela pandemia de covid-19. Entre as maiores preocupações reveladas, estão a de não ter como arcar com despesas médicas (24%) e desamparar a família em caso de falecimento (17%).

Em contrapartida, as principais formas de diminuir os efeitos dessa situação são poupar/ investir (38%) e fazer seguro/ previdência (11%). Também com o episódio subiu para 28% o número de brasileiros que se preocupam em guardar dinheiro no pós-pandemia, sendo que há dois anos (na pesquisa de 2021) eram 23%.

Contudo, apesar de entenderem a necessidade de se organizarem para enfrentar algo semelhante no futuro, 43% dizem não se sentir preparados para situações inesperadas como a covid-19. Já 30% afirmaram estar parcialmente prontos e apenas 26% totalmente prontos.

Seguros de pessoas e previdência privada segundo os entrevistados

Um dos principais objetivos da pesquisa Fenaprevi/DataFolha era compreender o nível de inclusão securitária e previdenciária no país. O trabalho indicou que cresce a contratação de produtos e serviços desse mercado entre os brasileiros, sendo que, atualmente, 46% da população possui algum seguro (saúde, funeral, vida, invalidez, prestamista, doenças graves)  e/ou plano de previdência privada.

Dos entrevistados da edição deste ano da pesquisa, 26% possuem seguro funeral (proteção para morte); 18% seguro de vida e 11% seguro invalidez. Somente 9% possuem algum plano de previdência.

Quanto ao interesse em contratar alguma modalidade de seguro oferecida pelo setor, a intenção em possuir um seguro de invalidez permanente cresceu de 26% para 33% em 2023 (em comparação com o respondido na primeira pesquisa). Já a contratação de seguro prestamista interessa a 26% dos ouvidos, volume superior aos 17% informados em 2021.

“A gente percebe um maior nível de consciência nas pessoas em relação à necessidade de se precaver frente às adversidades e acredito que isso veio para ficar. Agora, temos trabalhado também para manter esse nível de conscientização e mostrar para a sociedade que tipo de produtos elas têm à disposição para se proteger”, pontua o presidente da Fenaprevi.

Franco ainda explica que a atuação das empresas envolve desde parcerias com órgãos públicos para reforçar a educação securitária e previdenciária, o aperfeiçoamento de produtos e serviços e a capacitação das forças de distribuição, em especial os corretores. “Nos dedicamos bastante à capacitação dos nossos profissionais para que prestem uma assessoria de excelência aos clientes. Entendo que o nosso trabalho traz uma grande oportunidade de prestar um serviço social de, realmente, promover um nível maior de segurança para as famílias brasileiras”, conclui.

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