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2ª onda de covid-19 no Brasil segue perdendo força e não há sinal de outra

O avanço da vacinação continua produzindo um efeito muito significativo nas curvas e tendências da pandemia, mas ainda é preciso se cuidar

É necessário acompanhar as novas variantes e a perda de proteção da vacinação para afirmar que não haverá uma 3ª onda. (SILVIO AVILA / AFP/AFP)

É necessário acompanhar as novas variantes e a perda de proteção da vacinação para afirmar que não haverá uma 3ª onda. (SILVIO AVILA / AFP/AFP)

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Publicado em 13 de setembro de 2021 às 18h11.

Por Marcelo Tokarski*

O Brasil está chegando a um patamar de quase dois terços da população com alguma cobertura vacinal contra a covid-19. Neste domingo, chegamos a 65% dos brasileiros com ao menos a primeira dose no braço. São 34% já imunizados com dose única ou com duas doses. Embora tardio — Portugal, por exemplo, acaba de atingir a marca de 80% da população imunizada com D1 e D2 —, o avanço da vacinação por aqui segue produzido um efeito muito significativo nas curvas e tendências da pandemia.

Neste fim de semana, a média móvel de mortes chegou a 454 por dia, o menor número desde 13 de novembro do ano passado, ou seja, o patamar mais baixo em 10 meses (no domingo, a média oscilou para cima e ficou em 460). Na comparação com a média de duas semanas atrás — a melhor forma de se acompanhar, segundo os especialistas —, a queda é de 32% na média diária de óbitos provocados pela covid-19.

Os dados de novos casos registrados são ainda mais animadores. Chegamos neste domingo a uma média móvel de 15.571 casos por dia. Também na comparação com duas semanas atrás, a queda é de 35%. Esses 15.571 casos registrados em média por dia colocam o patamar atual de infecção em um nível inferior até mesmo ao início da primeira onda da pandemia no Brasil.

No início de novembro do ano passado, quando a primeira onda desacelerava e ainda antes do início da segunda onda, o menor patamar diário esteve na casa dos 16.360 novos casos por dia, em 6 de novembro. O número atual é o menor desde 21 de maio de 2020, quando a primeira onda começava a ganhar tração no país.

Outra boa notícia trazida pelos números é o comportamento, dessa vez simultâneo, das curvas de casos e de óbitos. A média diária de mortes atingiu seu pico em 12 de abril, quando chegou a 3.124 por dia. Desde então vem em tendência de queda, praticamente sem interrupções. Já a média de novos casos tinha começado a recuar a partir de 27 de março, mas a queda só havia durado um mês.

A média de novos casos voltou a subir no final de abril, seguindo em aceleração até o fim de junho, quando só então começou a cair em tendência única. Mas desde então a tendência das duas curvas tem sido a mesma, indicando que, pelo menos por enquanto, a terceira onda não deu as caras por aqui. Vale ressaltar, claro, que tudo isso não significa dizer que estamos protegidos dessa terceira onda, ainda mais por conta das novas variantes e também pela perda de proteção de quem foi vacinado há mais tempo.

Estados

Hoje, sempre na comparação com duas semanas atrás, apenas três estados estão com aceleração na média móvel de mortes por covid-19: Roraima, na região Norte, e Pernambuco e Piauí, no Nordeste. Há estabilidade em seis estados: Ceará, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Santa Catarina. Nos outros 16 estados e no Distrito Federal há queda nos indicadores.

Todos os números mostram que a segunda onda de covid-19 segue perdendo força, com redução no número de mortes e ainda mais no de casos, ou seja, no contágio. E, pelo menos por enquanto, não há no radar grandes indícios de uma ameaça de terceira onda. Que continue assim.

*Marcelo Tokarski é sócio-diretor do Instituto FSB Pesquisa e da FSB Inteligência

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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