Você salvou uma mulher, disse agressor que estuprou universitário
Mateus Henrique da Silva, de 23 anos, contou que foi abordado por um homem enquanto fazia uma caminhada
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de agosto de 2017 às 20h24.
Franca - A Polícia Civil de Minas Gerais apura um caso de estupro registrado nesta semana em Uberaba (MG), cidade localizada na região do Triângulo Mineiro.
A vítima, o universitário Mateus Henrique da Silva, de 23 anos, contou que foi abordado por um homem enquanto fazia uma caminhada.
Segundo ele, o desconhecido estava em uma caminhonete preta e apontou uma arma para sua cabeça. "Me fez escolher entre entrar no veículo ou levar um tiro ali mesmo", falou. O estudante alega ainda que, naquela hora, manhã do último domingo, 20, "não tinha ninguém na rua" e que também "não tinha como correr".
O rapaz então teria sido obrigado a entrar no veículo e, após rodar um pouco, o motorista foi parar em uma mata. No local o estudante diz ter sido torturado com o uso de paus, pedras e até arame farpado.
"Caso eu quisesse gritar, a arma na minha boca não deixaria", relatou em publicação nas redes sociais e que até a tarde desta terça-feira, 22.
O universitário diz ainda que após o ato foi obrigado a correr no asfalto quente amordaçado e com as mãos amarradas. Depois, de acordo com a Polícia Militar, ele foi localizado no Jardim Eldorado sem camisa, com marcas pelo corpo e pedaços de galhos secos introduzidos em uma das orelhas.
Os policiais relataram que ele estava "bastante abalado psicologicamente". Levado ao hospital, uma médica constatou a violência sexual.
Veja o post:
Investigação
O jovem é estudante da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e conta que ao final da violência ouviu um "parabéns" do agressor, que completou: "você salvou uma mulher".
A ocorrência foi registrada pela Polícia Militar e encaminhada à Polícia Civil. Porém, para que seja instaurado inquérito é preciso uma representação por parte da vítima, o que não havia sido feito até a tarde desta terça-feira, 22.
Segundo a Polícia Civil, o estudante já foi comunicado a esse respeito e tem seis meses para comparecer à delegacia. A reportagem entrou em contato com Silva, que não atendeu e nem retornou às ligações feitas para o seu celular.