Brasil

Venda de cimento desacelera em 2011, mas segue em ritmo forte

Em janeiro, as vendas de cimento aumentaram 9,1 por cento sobre o mesmo mês de 2010

De 2006 a 2010, as vendas de cimento no Brasil cresceram 50 por cento (Cristiano Mariz/VOCÊ S/A)

De 2006 a 2010, as vendas de cimento no Brasil cresceram 50 por cento (Cristiano Mariz/VOCÊ S/A)

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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2011 às 16h49.

São Paulo - As vendas de cimento no Brasil devem crescer entre 8 e 9 por cento este ano, depois de um avanço de 14,8 por cento em 2010, impulsionadas pela atividade de construção imobiliária, estimou nesta terça-feira o presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic).

Em janeiro, as vendas de cimento aumentaram 9,1 por cento sobre o mesmo mês de 2010 e recuaram 2 por cento em relação a dezembro, para 4,7 milhões de toneladas.

"O grande alavancador do consumo (de cimento) nos últimos anos foi a edificação habitacional no país inteiro, do Sul até o Norte", afirmou José Otavio Carvalho.

Segundo ele, 2011 é um "ano de expectativas" para o setor, em virtude da sensibilidade do cimento a questões conjunturais, como eventuais medidas a serem adotadas pelo governo nos próximos meses para conter a inflação.

"O que tem impulsionado a construção civil é o crédito habitacional e há uma continuidade este ano do que foi iniciado no ano passado. Uma obra quando começa dificilmente para", comentou Carvalho, acrescentando que as medidas do Banco Central adotadas em dezembro para restringir o crédito e conter a inflação ainda não foram sentidas pelo setor.

"Achamos que em condições normais poderá haver um crescimento de 8 a 9 por cento (nas vendas de cimento) este ano", disse ele.

De 2006 a 2010, as vendas de cimento no Brasil cresceram 50 por cento, passando de 40 milhões para cerca de 60 milhões de toneladas, puxadas principalmente pelo projeto habitacional do governo, disse Carvalho.

Segundo ele, em 2010 praticamente não houve problemas de abastecimento de cimento no país em meio a um cenário de forte investimento das produtoras, liderada pela Votorantim.


A expectativa do Snic é que a capacidade de produção do país, de 67 milhões de toneladas de cimento por ano, cresça em mais 40 milhões de toneladas até 2016, com projetos de expansão e novas fábricas.

Carvalho não pôde precisar investimentos, mas afirmou que o custo de uma fábrica de cimento de 1 milhão de toneladas é de cerca de 250 dólares por tonelada. Cada nova fábrica precisa de 3 a 5 anos para ficar pronta.

Ele afirmou que, apesar da proximidade da realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 no Brasil, o cenário da indústria deve continuar guiado pelo desempenho do setor imobiliário.

"Copa e Olimpíadas são eventos pontuais, o que eles podem trazer é uma aceleração de investimentos paralelos. O país ainda precisa de um programa de estradas, de portos, de hidrelétricas", citou.

"Por enquanto, o que temos de peso é o programa habitacional", disse o presidente do Snic, referindo-se ao plano do governo federal "Minha Casa, Minha Vida", com 1 milhão de moradias em sua primeira edição e meta de atingir 2 milhões de residências na segunda etapa do programa.

"Sabemos que o governo está envolvido em uma série de projetos (de infraestrutura), mas isso depende de regulação, trazer investidores, ter dinheiro para investir."

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