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Veja patrimônio dos candidatos a vice no Brasil; Rabello é o mais rico

Patrimônio declarado de Paulo Rabello, vice de Alvaro Dias, é superior ao de vários candidatos à presidência

Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do BNDES e candidato a vice-presidente na chapa de Alvaro Dias (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Luiza Calegari

Publicado em 21 de agosto de 2018 às 14h53.

Última atualização em 21 de agosto de 2018 às 15h20.

São Paulo — Segundo a pesquisa CNT/MDA divulgada na segunda-feira (20), 48,2% dos brasileiros acha que é muito importante conhecer o candidato a vice-presidente nas chapas das eleições deste ano .

No entanto, o volume de candidatos registrados neste ano pode causar confusão. Por isso, EXAME listou o patrimônio e uma pequena biografia dos candidatos a vice.

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Paulo Rabello, vice de Alvaro Dias (PSC), é o mais rico, e Sônia Guajajara, vice de Guilherme Boulos (PSOL), a com menor patrimônio. Ana Amélia, a vice de Geraldo Alckmin (PSDB), quadruplicou o patrimônio em oito anos; os de Fernando Haddad , vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e Eduardo Jorge, vice de Marina Silva (PV), diminuíram desde os últimos pleitos.

Veja a lista completa:

Paulo Rabello (PSC), vice de Alvaro Dias (PSC)

Patrimônio declarado ao TSE: R$ 12.998.440,09

Paulo Rabello de Castro é economista, ocupou a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foi nomeado por Michel Temer presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no ano passado. É o que tem maior patrimônio entre os candidatos a vice. Do total, mais de 3 milhões de reais estão declarados como "benfeitorias", e outros 2 milhões de reais constam como "sala ou conjunto". Em uma conta bancária, afirmou ter 10 reais, em outra, um real, e outros 1,1 milhão de reais espalhados em quatro outras contas correntes. Rabello ainda declarou possuir 100 mil reais em espécie.

Ana Amélia (PP), vice de Geraldo Alckmin

Patrimônio declarado ao TSE: R$ 5.125.983,92

A maior parte do patrimônio de Ana Amélia, candidata a vice de Geraldo Alckmin, está investida em apartamentos (um deles tem valor declarado de mais de 1 milhão de reais). Ana Amélia Lemos já era conhecida como jornalista e colunista no Rio Grande do Sul quando se elegeu senadora, em 2010. Já elogiou a ex-presidente Dilma Rousseff, fez alianças com Manuela D'Ávila, que compõe a chapa de Lula, mas hoje se diz conservadora.

Desde a sua primeira eleição, em 2010, o patrimônio de Ana Amélia quadruplicou, saindo de 1,2 milhão de reais para 2,5 milhões de reais em 2014 e os 5,1 milhões atuais, em 2018.

Professor Christian (novo), vice de João Amoêdo (Novo)

Patrimônio declarado ao TSE: R$ 4.125.322,33

João Amoêdo, o cabeça da chapa do Novo, é o candidato mais rico desta eleição; seu candidato a vice, Christian, é o só o terceiro mais rico entre os vices. Ele declarou mais de 4 milhões de reais em bens ao TSE, sendo pouco mais de um milhão em renda fixa e dois milhões em uma casa. Christian Lohbauer é mestre e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP).

Helvio Costa (DC), vice de Eymael (DC)

Patrimônio declarado ao TSE: R$ 4.000.000,00

Pastor da Assembleia de Deus no Rio de Janeiro e professor de teologia, Helvio Costa é natural de Niterói, no Rio de Janeiro. O candidato a vice de Eymael declarou um patrimônio de 4 milhões de reais referentes a "quotas ou quinhões de capital", sem mais detalhes.

Kátia Abreu (PDT), vice de Ciro Gomes (PDT)

Patrimônio declarado ao TSE: R$ 3.950.466,21

Conhecida por sua defesa ferrenha do agronegócio no Congresso, Kátia Abreu declarou um patrimônio de pouco menos de 4 milhões de reais ao TSE. Ciro Gomes, o cabeça da chapa, tem 1,6 milhão de reais declarados.

Mais de 1 milhão de reais de Kátia Abreu foram declarados como "participação societária", e outro milhão como "crédito decorrente de empréstimo". Kátia Abreu foi ministra da Agricultura durante o governo Dilma e era filiada ao MDB até o ano passado, quando suas críticas ao presidente Michel Temer levaram a um processo de cassação interna no partido. Agora, está na mesma sigla de Ciro, o PDT.

Germano Rigotto (MDB), vice de Henrique Meirelles (MDB)

Patrimônio declarado ao TSE: R$ 3.668.790,71

O ex-governador do Rio Grande do Sul foi escolhido para compor a chapa de Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda no governo Temer. Rigotto, que é cirurgião-dentista por formação, declarou ao TSE um patrimônio de pouco mais de 3,5 milhões de reais, dos quais 1,3 milhão corresponde a um apartamento. Outros 986 mil reais estão aplicados em renda fixa.

Quando concorreu ao governo do RS pela primeira vez, em 2006, o patrimônio de Rigotto era de 646.380,46 reais. Quatro anos mais tarde, tentou uma vaga no Senado mas não foi eleito. Declarou, então, patrimônio de 2.094.281,06 de reais.

Léo da Silva Alves (PPL), vice de João Goulart Filho (PPL)

Patrimônio declarado ao TSE: R$ 2.042.000,00

Mais um candidato a vice oriundo do Rio Grande do Sul, Léo da Silva Alves é formado em direito e autor de 45 livros, segundo seu perfil no LinkedIn. Como vice de João Goulart Filho (herdeiro do último presidente militar da ditadura brasileira), Alves declarou ao TSE 2 milhões de reais em bens. Metade desse valor corresponde a um apartamento. Esta é a primeira eleição que o jurista participa.

Fernando Haddad (PT), vice de Lula (PT)

Patrimônio declarado ao TSE: R$ 428.451,09

O patrimônio de Fernando Haddad diminuiu desde que ele participou de sua primeira eleição, em 2012, para prefeito de São Paulo. Na ocasião, tinha cerca de 473 mil reais em bens declarados, que diminuíram para perto de 451 mil reais quando tentou a reeleição e perdeu, em 2016. Agora, Haddad declara 428 mil reais, divididos entre um apartamento de 90 mil, uma casa de 183 mil, quotas de capital de 140 mil e mais 15 mil reais na conta corrente.

General Mourão (PRTB), vice de Jair Bolsonaro (PSL)

Patrimônio declarado ao TSE: R$ 414.470,04

O vice de Bolsonaro tem um apartamento de cerca de 200 mil reais, um carro de 61 mil reais, e aplicações em renda fixa no valor de 147 mil reais. Outros 2 mil reais estão na poupança. Antonio Hamilton Martins Mourão é general de exército da reserva do Exército e tem um perfil linha dura, assim como o cabeça da chapa. Mourão também é admirador do coronel Brilhante Ustra, acusado de tortura durante a ditadura militar, e chegou a defender uma nova intervenção como a de 1964 para corrigir os rumos do país.

Eduardo Jorge (PV), vice de Marina Silva (Rede)

Patrimônio declarado ao TSE: R$ 320.384,29

Uma casa (250 mil reais), um terreno (60 mil reais) e pouco mais de 10 mil reais em conta corrente constituem o patrimônio de Eduardo Jorge, vice de Marina Silva. Jorge é outro caso de patrimônio que "encolheu" desde a última eleição disputada. Em 2014, quando tentou ser presidente do país, o candidato do PV declarou 412.453,12 reais ao TSE.

Nascido em Salvador (BA) e formado em medicina, Eduardo Jorge foi um dos fundadores do PT na década de 1980, partido pelo qual se elegeu deputado por três mandatos. Em 2002, abandonou a sigla e filiou-se ao PV.

Professora Suelene Balduino (Patriota), vice de Cabo Daciolo (Patriota)

Patrimônio declarado ao TSE: R$ 201.855,75

Balduino declarou um apartamento de 92 mil reais, outros 100 mil em dois carros, além de 2 mil reais na poupança e outros 1,8 mil na conta corrente. Pedagoga de Anápolis (GO), Suelene trabalhou no setor de educação por 23 anos, segundo sua página no Facebook.

Hertz (PSTU), vice de Vera Lucia (PSTU)

Patrimônio declarado ao TSE: R$ 100.000,00

Hertz da Conceição Dias tem em seu nome apenas um apartamento no valor de 100 mil reais, segundo a prestação de contas ao TSE. Em 2010, quando concorreu ao cargo de vice-governador do Maranhão, também pelo PSTU, não tinha nenhum bem declarado.

Sônia Guajajara (PSOL), vice de Guilherme Boulos (PSOL)

Patrimônio declarado ao TSE: R$ 11.000

Primeira candidata a vice-presidente de origem indígena, Guajajara declarou ter 11 mil reais guardados na poupança. Guilherme Boulos, de quem Sônia é vice, também declarou um patrimônio modesto, para esta lista: um carro de 15,4 mil reais.

 

 

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