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Vacinação contra sarampo será intensificada em creches de São Paulo

Na sexta-feira 30, mais duas mortes causadas por sarampo foram confirmadas no estado de São Paulo

Dia D de mobilização da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Dia D de mobilização da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 2 de setembro de 2019 às 20h32.

A campanha de vacinação contra o sarampo em São Paulo terminou no último sábado (31), mas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) continuam a ofertar a dose da tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. A cobertura vacinal de crianças de 6 a 11 meses ficou em 66,21% após a campanha e, entre os paulistanos de 15 a 29 anos, alcançou 42,5%. A meta é chegar a 95%. Para isso, a Secretaria Municipal de Saúde vai intensificar a vacinação em creches.

Na tarde de hoje (2), uma pequena fila se formou na sala de imunização da UBS Parque da Lapa, na zona oeste paulistana. Não demorou 15 minutos, incluindo o cadastro, para que Cláudio Nori, 38 anos, recebesse a dose. "Vim pelos comentários e reportagens do surto que a gente vê na tevê. A gente fica preocupado", relatou. No estado de São Paulo, foram confirmados 2.457 casos de sarampo; destes, 66,6% se concentram na capital, com 1.637 casos.

Marcos Elias Simantob, 50 anos, já tinha providenciado a imunização dos filhos de 4 e 8 anos, e foi hoje à UBS para também se proteger. "São muitos casos no estado de São Paulo e agora, com mortes comprovadas, acende um alerta".

Na sexta-feira (30), mais duas mortes causadas por sarampo foram confirmadas no estado. As vítimas foram dois bebês: uma menina de 4 meses, residente de Barueri (SP), e um garoto de 9 meses, residente da capital paulista. O primeiro óbito, um homem de 42 anos na capital paulista, foi confirmado na terça-feira (28).

A coordenadora do Programa Municipal de Imunização, Adriana Peres, reforça a necessidade de vacinação de bebês de 6 a 11 meses. "Esta dose não é válida para a rotina [de imunização], então a criança vai ter que tomar aos 12 meses e aos 15 meses de novo.

É importante que os responsáveis levem as crianças para se vacinar porque essa faixa etária está sendo muito acometida pelo sarampo e as crianças não tem nenhum tipo de proteção nessa idade", explicou.

Após a campanha

A principal mudança após a campanha de imunização é para a população de 15 a 29 anos. "Durante a campanha, a vacinação era indiscriminada, ou seja, independentemente do número de doses, o jovem se vacinava novamente. Agora, essa vacinação vai ser de acordo com a situação vacinal de cada indivíduo", explicou Adriana. Para esse público, quem tiver tomado uma dose, tomará a segunda. Se tiver tomado duas doses anteriormente, não tomará mais nenhuma.

O mesmo ocorrerá com quem tem de 30 a 59 anos, mas, nesse caso, será dada uma dose. "Essa vacina está disponível no calendário de rotina, então ela continua em todas as unidades de saúde", destacou a coordenadora. Quem não tem a carteirinha de vacinação ou não sabe se tomou a vacina, é considerado não vacinado. "A gente começa o esquema vacinal de acordo com a faixa etária: de 1 a 29 anos tem que ter duas doses e acima de 30 anos a 59 anos uma dose", explicou.

Também terão continuidade as ações de bloqueio vacinal quando há notificação de casos suspeitos de sarampo. Essas ações buscam interromper a transmissão da doença, independentemente da confirmação do diagnóstico. Os bloqueios ocorrem na casa do paciente com suspeita da doença, bem como em locais frequentados por ele, como escola ou local de trabalho. Neste ano, foram feitas mais de 9,7 mil ações do tipo em toda a cidade.

"Para parar a transmissão do vírus, a população tem que ter 95% de cobertura vacinal. Está muito abaixo dessa nossa meta então as pessoas continuam suscetíveis à doença. Ou seja, um caso de sarampo para pessoas que não estão vacinadas, pode transmitir para até 18 outras pessoas. Implica que a transmissão vai continuar acontecendo por conta dessa baixa cobertura vacinal", avaliou a coordenadora de imunização.

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