Um raio-x da cultura no Brasil
Em menos de uma década, o cenário cultural no país mudou muito. Veja um apanhado de indicadores que mostram como o brasileiro consome cultura hoje
Rita Azevedo
Publicado em 28 de dezembro de 2015 às 05h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h22.
São Paulo — Em menos de dez anos, o cenário cultural brasileiro mudou de maneira evidente. Hoje, há muito mais municípios que contam com rádios comunitárias, bibliotecas e lan houses — que permitiram o acesso massivo à internet , mesmo em locais afastados ou com pouca infraestrutura. Por outro lado, o país conta com menos livrarias e lojas de CD e DVD. As videolocadoras, então, se tornaram raridade. Há também, menos municípios com políticas públicas voltadas especificamente para a promoção cultural. Todas essas transformações aparecem em uma pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ) e que compara indicadores culturais das cidades em 2014 e em 2006 - ano em que o último levantamento foi publicado. Veja nos slides alguns aspectos da cultura no Brasil e a oferta de equipamentos nos municípios.
Nos últimos cinco anos, a proporção de cidades que tinham biblioteca pública passou de 76,3% para 97,1%. A presença de livrarias, por outro lado, diminuiu no mesmo período. Em 1999, 35,5% dos municípios contavam com esse tipo de equipamento cultural. Já em 2014, a proporção caiu para 27,4%.
De todas as atividades artesanais existentes no país, o bordado é o mais difundido. Em 2014, ele estava em mais de três quartos das cidades brasileiras. Em seguida, aparecem os trabalhos em madeira, a culinária típica e o artesanato com materiais recicláveis.
A oferta de CDs e DVDs está quase em extinção nas cidades brasileiras. Em oito anos, a proporção de municípios que contavam com lojas de CDs e DVs passou de 59,8% para 40,4%. As videolocadoras também sumiram. Se em 2006, elas eram encontradas em oito em cada dez cidades, em 2014, apenas 53,7% dos municípios contavam com esse tipo de equipamento.
No ano passado, 24 dos 27 estados brasileiros e 6% das cidades apoiaram a produção de cerca de 1,8 mil filmes nacionais. Na lista dos estados que investiram em mais produções cinematográficas aparecem Rio Grande do Sul, Pernambuco e São Paulo. A maior parte dos projetos que receberam apoio financeiro eram de curta-metragens.
Rondônia é o único estado que não contava, em 2014, com ações e programas para o incentivo da leitura (tais como a promoção de feiras e a criação de prêmios). Entre os municípios brasileiros, 56,3% tinham programas em prol da leitura, do livro e da literatura.
Os estados diferem muito quando o assunto é a quantidade de equipamentos culturais como teatros, museus e cinemas. Na região Norte e Nordeste — com a exceção do Ceará, Pernambuco e Bahia — é onde se encontra o menor número médio de instalações desse tipo. Do outro lado, o Sudeste, Sul e Centro- Oeste concentram as mais elevadas médias, sendo o Distrito Federal a unidade da federação com o maior número de equipamentos.
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