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Um dia depois da tragédia, Suzano se prepara para velórios e enterros

Cidade terá luto oficial de três dias após 11 pessoas morrerem em ataque a escola

Suzano: cidade terá luto oficial de três dias pelas vítimas do massacre na escola Raul Brasil (Amanda Perobelli/Reuters)
AB

Agência Brasil

Publicado em 14 de março de 2019 às 07h53.

Última atualização em 23 de abril de 2019 às 16h33.

A população de Suzano , a 57 quilômetros de São Paulo, amanheceu nesta quinta-feira (14) questionando o porquê do massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em que morreram dez pessoas e outras 11 ficaram feridas. Neste dia de despedidas, estão previstos velórios e enterros.

A cidade, com mais de 1,3 milhão de habitantes, se prepara para o luto oficial de três dias e o velório coletivo na Arena Suzano, no Parque Max Feffer. Cinco estudantes foram assassinados pelos atiradores Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, além de duas funcionárias da escola, o tio de um dos responsáveis pelo ataque e duas pessoas que passavam pela rua.

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Na sexta-feira (15), por orientação da prefeitura, os educadores se reunirão para definir as ações que serão tomadas com os 26 mil alunos das escolas públicas municipais. O objetivo é adotar medidas para combater a violência e o assédio moral no esforço de estabelecer a cultura de paz.

Assistência

Equipes de psicólogos vão apoiar o trabalho. Eles se colocaram à disposição, ao lado de assistentes sociais, psiquiatras, enfermeiros e terapeutas ocupacionais, para ajudar os amigos e parentes das vítimas. Só ontem cerca de 200 pessoas passaram pelo local.

Para a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o crime foi meticulosamente organizado. Os jovens atacaram, primeiro, Jorge Antônio Moraes, tio de um deles, em uma locadora. Depois, roubaram um carro e saíram em disparada na direção da escola. No colégio, eles entraram e partiram para os ataques.

Segundo as investigações, os atiradores utilizaram um revólver calibre 38, uma besta (espécie de arma antiga que se assemelha ao arco e flecha) e uma machadinha. Eles só pararam quando se viram cercados pela polícia e sem saída. Neste momento, um dos jovens atirou no outro e depois se matou.

Histórico

De acordo com os policiais, Guilherme Taucci Monteiro e Luiz Henrique de Castro estudaram no colégio, que se transformou em palco da tragédia. Eles moravam perto de uma das vítimas, que sobreviveu, e próximo à escola.

O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, disse que Guilherme Monteiro estudou no colégio até 2017 e não havia registro de mau comportamento ou qualquer tipo de dificiuldade. Mas, no ano passado, ele abandonou o colégio e estava sendo acompanhado para retornar à sala de aula.

Velório

O velório coletivo das vítimas do massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, cidade da Grande São Paulo, começou por volta das 7h desta quinta-feira, 14, na Arena Suzano, localizada no Parque Max Feffer.

Os corpos que estão sendo velados no local são dos adolescentes Caio Oliveira, Kaio Lucas da Costa Limeira, Samuel Melquíades Silva de Oliveira e Claiton Antonio Ribeiro; e das funcionárias da escola Eliana Regina de Oliveira Xavier e Marilena Ferreira Vieira Umezo.

Douglas Murilo Celestino, de 17 anos, será o único dos cinco alunos assassinados que não será velado na Arena Suzano. Evangélica, a família optou por realizar a cerimônia em uma igreja da Assembleia de Deus de Suzano a partir da 13h desta quinta.

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo enviou, ainda na quarta-feira, 13, dois psiquiatras e um psicólogo para dar apoio no atendimento às famílias e demais envolvidos na ocorrência, atuando em conjunto com a equipe do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Suzano.

A Secretaria também mobilizou médicos do Grupo de Resgate, que atuaram ao lado dos Bombeiros e do Grupamento Aéreo (Águia), fortalecendo o trabalho do Resgate no atendimento pré-hospitalar às vítimas.

Sete feridos estão sendo assistidos por equipes especializadas de hospitais estaduais - Hospital das Clínicas (HCFMUSP) ehospitais Luzia de Pinho Melo e Geral de Itaquaquecetuba.

Três vítimas, uma em estado grave, permanecem na UTI. Os outros quatro adolescentes continuam internados com estado de saúde estável.

+ 5

O ministro da Educação, Ricardo Vélez , participou hoje (14) do velório coletivo das vítimas. Por meio de seu perfil no Twitter, ele informou que está na cidade acompanhado de equipe ministerial para prestar apoio aos familiares e aos sobreviventes e também para "buscar maneiras de impedir" que a tragédia se repita.

"Prestaremos condolências às vítimas do terrível episódio ocorrido no dia de ontem. O Brasil está de luto", afirmou.

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