Brasil

TST defende porcentual para contratação de terceirizados

Presidente do TST defendeu que se estabeleça porcentual máximo de 30% para a contratação de terceirizados e mecanismos para garantir isonomia


	Manifestantes contra terceirização: enquanto o projeto não for sancionado, o TST continuará aplicando a Súmula 331, que veda a terceirização para as atividades-fim das empresas
 (Wilson Dias/Agência Brasil)

Manifestantes contra terceirização: enquanto o projeto não for sancionado, o TST continuará aplicando a Súmula 331, que veda a terceirização para as atividades-fim das empresas (Wilson Dias/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2015 às 22h05.

Brasília - O presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), José de Barros Levenhagen, defendeu nesta segunda-feira, 13, em audiência no Senado que se estabeleça um porcentual máximo de 30% para a contratação de terceirizados e mecanismos para garantir a isonomia entre empregados efetivos e prestadores de serviços.

Levenhagen citou a "enorme" quantidade de processos na Justiça do Trabalho decorrentes da terceirização. "Não consigo entender que a garantia da produtividade implique subtrair direitos dos trabalhadores", disse o ministro na audiência.

Ele deixou claro que enquanto o projeto não for sancionado, o TST continuará aplicando a Súmula 331, que veda a terceirização para as atividades-fim das empresas.

Em nota divulgada nesta noite, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) manifestou "preocupação" com a forma como o projeto de lei 4.330/04, que trata da regulamentação do trabalho terceirizado no País, vem tramitando na Câmara dos Deputados. Contrária à proposta, a AMB diz que o texto proposto prevê "uma série de medidas que extirpam direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores".

"A terceirização praticamente 'sem limites', como propõe o PL, acentuará a rotatividade no mercado de trabalho e as despesas da sociedade com a manutenção do Seguro Desemprego, além das reparações decorrentes de acidentes de trabalho, já que as estatísticas indicam que a maior incidência de sinistros envolve justamente empregados terceirizados", diz a nota. A entidade acredita que o projeto pode estimular o retorno do nepotismo no serviço público, uma vez que viabilizaria a contratação de trabalhadores sem prestação de concurso público.

A associação cita um manifesto assinado há dois anos pelos 19 ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST), onde os magistrados já demonstravam preocupação com o andamento do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Hoje, em audiência no Senado, o presidente do TST, ministro Barros Levenhagen, mencionou a "enorme" quantidade de processos na Justiça do Trabalho decorrentes da terceirização. "Não consigo entender que a garantia da produtividade implique subtrair direitos dos trabalhadores", disse o ministro na audiência.

O texto-base do projeto de lei foi aprovado na semana passada e esta terça-feira, 14, os deputados apreciarão os destaques do PL 4.330. O ministro disse esperar um debate "menos acalorado" no Senado, para onde seguirá a proposta assim que a votação for concluída na Câmara. "O Senado Federal tem de verificar para que não haja precarização", apelou. O ministro sugeriu que entre os aperfeiçoamentos no texto seja estabelecido um percentual máximo para a contratação de terceirizados e mecanismos para garantir a isonomia entre os empregados efetivos e os prestadores de serviços.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos Deputadosgestao-de-negociosPolítica no BrasilTerceirização

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP