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Três suspeitos de assaltar Prosegur são mortos no Paraná

Um gabinete de gestão de crise, com policiais brasileiros e paraguaios, foi montado na delegacia da PF em Foz do Iguaçu para centralizar as investigações

Sede da Prosegur: a polícia acredita que os membros do grupo se dividiram na fuga e apenas 10 a 12 integrantes, de um total estimado de 30, teriam passado para o lado brasileiro (Francisco Espinola/Reuters)

Sede da Prosegur: a polícia acredita que os membros do grupo se dividiram na fuga e apenas 10 a 12 integrantes, de um total estimado de 30, teriam passado para o lado brasileiro (Francisco Espinola/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de abril de 2017 às 21h10.

Última atualização em 24 de abril de 2017 às 21h46.

Foz do Iguaçu - Três suspeitos de participarem de uma quadrilha que levou US$ 40 milhões (R$ 120 milhões) da empresa Prosegur de Ciudad del Este, no Paraguai, foram mortos durante confronto com policiais brasileiros na região de Itaipulândia e São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná, na tarde de desta segunda-feira, 24. Outros dois homens ficaram feridos.

Eles teriam cruzado a fronteira após praticar um assalto cinematográfico à sede da empresa, situada a quatro quilômetros da Ponte da Amizade, que liga Brasil e Paraguai, com granadas e metralhadoras. Um policial foi morto no ataque à Prosegur.

Os assaltantes chegaram ao Brasil pelo lago de Itaipu e foram localizados por agentes do Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom), da Polícia Federal, por volta do meio-dia, no município de Itaipulândia, a 70 quilômetros de Foz do Iguaçu, que faz fronteira com a localidade de Puerto Índio, no Paraguai.

Ao avistar a embarcação, os policiais foram recebidos a tiros. Os membros da quadrilha fugiram a pé e em carros e começaram a espalhar terror pela região.

Veículos foram roubados para fuga e propriedades rurais invadidas.

Um homem ferido com dois disparos que tentava embarcar para São Paulo na rodoviária de São Miguel do Iguaçu também foi preso.

A polícia acredita que os membros do grupo se dividiram na fuga e apenas 10 a 12 integrantes, de um total estimado de 30, teriam passado para o lado brasileiro.

Um gabinete de gestão de crise, com participação de policiais brasileiros e paraguaios, foi montado na delegacia da PF em Foz do Iguaçu para centralizar as investigações.

O Ministro do Interior do Paraguai, Lorenzo Lescano, que nesta segunda esteve em Foz do Iguaçu acompanhando os trabalhos, disse que são grandes as possibilidades de envolvimento de organizações criminosas brasileiras no assalto.

"Tudo aponta que foi o Primeiro Comando da Capital", diz. Ele ainda afirma que a maioria dos membros da quadrilha seria do Brasil porque foram encontrados veículos com placas do País usados pelos marginais.

Outra informação que reforça a participação de brasileiros são os diálogos fluentes em português ouvidos por testemunhas.

O delegado-chefe da PF em Foz do Iguaçu, Fabiano Bordignon diz que a participação do PCC no roubo será investigada. No entanto, ele salienta que a ação não foi de amadores e que assaltos similares já foram realizados no Brasil. "É um roubo que precisa de um planejamento grande".

Durante as buscas, os policiais recuperaram quatro veículos e uma viatura da Polícia Militar que haviam sido roubados pelos assaltantes, um fuzil, sete quilos de explosivos, uma pistola, uma embarcação e munição de calibre ponto 50, além de malotes vazios da Prosegur. No lado paraguaio, não havia informações de presos.

A operação para prender os assaltantes se estendem pela noite, com participação das polícias Rodoviária, Civil, Militar, Ambiente e a Guarda Municipal de Foz do Iguaçu. A PF aguardava a chegada de helicópteros para ajudar no patrulhamento.

O clima em Ciudad del Este após o assalto era de tensão. A residência de um casal de idosos, situada em frente à empresa, foi parcialmente destruída. Com medo, Alejandro Anisimoff e a esposa permaneceram por três horas escondidos embaixo da cama.

Nove escolas municipais, situadas no centro da cidade e próximas à Prosegur, suspenderam as aulas para garantir a segurança de alunos e professores, segundo a prefeitura.

A universidade UPAP, onde o policial morto Bo assalto, Sabino Ramón Benítez, do Grupo Especial de Operações, que fazia a segurança da empresa, era aluno de educação física, também cancelou as aulas e as provas foram transferidas. A segurança em toda a região foi reforçada após o assalto.

 

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