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Tombini será presidente moderado, diz ex-diretor do BC

Para Carlos Thadeu de Freitas, perfil de Tombini vai ao encontro das necessidades da economia do país

Perfil moderado do provável presidente vai facilitar diálogo com Ministério da Fazenda (AGÊNCIA ESTADO)

Perfil moderado do provável presidente vai facilitar diálogo com Ministério da Fazenda (AGÊNCIA ESTADO)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2010 às 11h41.

São Paulo - Embora não tenha sido confirmado oficialmente, o nome de Alexandre Tombini, atual diretor de Normas do Banco Central (BC), é praticamente certo para a presidência da instituição. Para o economista Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do banco, a escolha de Tombini "veio a calhar", considerando o momento da economia brasileira.

"Ele tem um tom moderador, que combina com os sinais que o BC vem emitindo desde setembro", diz Freitas, que atualmente é economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Segundo o economista, nas reuniões do Copom, Tombini procurava não assumir posições extremas quanto ao momento de mexer na taxa de juros e a intensidade do ajuste.

Para Freitas, a escolha é prudente porque o país chega a um momento em que será importante que o BC e o Ministério da Fazenda trabalhem afinados. "O perfil dele facilitará o diálogo. O banco não pode trabalhar sozinho. Apesar de ter autonomia, não pode ignorar a Fazenda, eles têm que andar juntos. Não foi bem isto o que aconteceu durante o governo Lula."

Perfil ideal

Este "andar juntos", entretanto, não vai significar subordinação irrestrita, na opinião do economista. Apesar de ser um funcionário de carreira, sem grande vivência de mercado, o perfil de Tombini sugere que ele conseguirá espaço para tomar decisões fora da influência de Guido Mantega, escolhido para continuar como ministro da Fazenda.

"É até mais fácil por ele ser funcionário de carreira. Ele tem uma formação excelente, uma carreira definida, não precisa mostrar serviço, nem agradar o mercado a qualquer custo. As melhores presidências do BC foram as de acadêmicos, executivos bem sucedidos, ou funcionários do próprio banco", afirma Freitas.

Gustavo Franco, ex-presidente do BC, emitiu nota dizendo que Tombini é uma "escolha acertada, ao combinar continuidade e renovação". Segundo Franco, o atual diretor do banco tem a seu favor uma longa experiência no setor público. Além disso, ele "já está entrosado no BC e tem completo domínio das estratégias de metas de inflação."

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