Ministra da Agricultura terá que prestar informações a comissão do Senado (Ueslei Marcelino/Reuters)
Alessandra Azevedo
Publicado em 30 de outubro de 2020 às 15h32.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, precisará prestar informações sobre o avanço da pecuária no Pantanal à comissão especial do Senado que acompanha as medidas de enfrentamento aos incêndios no bioma. O grupo aprovou, nesta sexta-feira, 30, um requerimento apresentado pelo presidente do colegiado, senador Wellington Fagundes (PL-MT), no qual ele pede dados sobre a evolução do rebanho bovino entre 1991 e 2020 na região.
A comissão cobra informações relativas a cinco municípios matogrossenses que têm sofrido com as queimadas: Barão de Melgaço, Cáceres, Poconé, Nossa Senhora do Livramento e Santo Antônio de Leverger. “Com os dados solicitados, pretende-se contribuir com providências para evitar novos focos de incêndios, a limpeza dos locais já atingidos, a proteção das populações diretamente atingidas, da economia, da fauna e da flora e a transparência das atividades coordenadas pela Operação Pantanal”, explica Fagundes, no requerimento.
Pedidos de informação a ministros de Estado, por parte da Câmara e do Senado, são ferramentas previstas na Constituição. A partir do momento em que receber o requerimento, Tereza Cristina terá até 30 dias para responder. Caso o pedido seja ignorado ou devolvido com informações falsas, a ministra pode ser processada por crime de responsabilidade. A comissão está em funcionamento desde 16 de setembro e acompanha, em reuniões remotas semanais, as ações de enfrentamento aos incêndios no Pantanal.
Tereza Cristina participou de audiência pública no colegiado em 9 de outubro. Na ocasião, ela disse que, se houvesse mais gado no Pantanal, os incêndios que devastam o bioma há meses poderiam ser menore "Talvez, se nós tivéssemos um pouco mais de gado no Pantanal, teria sido um desastre até menor do que o que nós tivemos neste ano", afirmou. "O boi ajuda, ele é o bombeiro do Pantanal, porque é ele que come aquela massa do capim", continuou.