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Temer ganha tempo com cancelamento de reunião de aliados

Em Brasília, fontes políticas deram a entender que o PSDB atendeu a um pedido do Palácio do Planalto por "mais tempo"

Michel Temer: o PSDB havia convocado uma reunião de emergência para a tarde de domingo (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: o PSDB havia convocado uma reunião de emergência para a tarde de domingo (Ueslei Marcelino/Reuters)

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AFP

Publicado em 22 de maio de 2017 às 09h01.

Cada minuto conquistado é vital na crise política que abala o Brasil e o presidente Michel Temer ganhou no domingo um momento de alívio quando o principal partido aliado de seu governo suspendeu a reunião que decidiria sobre o apoio ante as investigações por corrupção.

O PSDB havia convocado uma reunião de emergência para a tarde de domingo, mas o encontro foi cancelado, sem explicações.

Em Brasília, fontes políticas deram a entender que o partido atendeu a um pedido do Palácio do Planalto por "mais tempo".

Com o olhar voltado para as eleições de 2018, alguns líderes tucanos pedem a saída do partido do governo, como solicitou na manhã de domingo o diretório do Rio de Janeiro.

O cancelamento da reunião reduziu a pressão sobre Temer, que luta pela sobrevivência política desde quarta-feira, quando o jornal O Globo revelou uma gravação de áudio na qual o presidente supostamente aprova a compra do silêncio de um ex-deputado preso.

O áudio, incluído nas delações premiadas dos executivos da maior empresa do setor de carne do mundo, a JBS, provocou a abertura de uma investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusa Temer de "obstrução à justiça" para impedir o avanço da Operação Lava Jato.

Encurralado, Temer contra-atacou no sábado. Em um pronunciamento, ele afirmou que a gravação foi "manipulada e adulterada" e pediu ao STF que suspenda a investigação até que uma perícia verifique sua autenticidade.

O tribunal avaliará o pedido na próxima quarta-feira, mas o procurador-geral já solicitou o prosseguimento do inquérito.

Ao mesmo tempo, os pedidos de renúncia ou de impeachment não param de aumentar.

No sábado à noite, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou a apresentação de um pedido de "impeachment" ao Congresso, o que se suma a oito pedidos prévios.

Com quatro ministros no governo, 47 deputados e 10 senadores, o PSDB representa um apoio vital para definir uma eventual destituição de Temer, apenas um ano depois do afastamento de sua antecessora, Dilma Rousseff.

Outra boa notícia do domingo para o presidente foi o reduzido número de participantes nas manifestações convocadas contra o governo, que exigiam a renúncia de Temer e a convocação de eleições diretas.

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