Temer elogia pedido de Raquel Dodge para ouvi-lo em inquérito
No inquérito relativo a um suposto favorecimento da empresa Rodrimar, o presidente é suspeito dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Agência Brasil
Publicado em 2 de outubro de 2017 às 21h40.
Em postagem na sua conta no Twitter, o presidente Michel Temer elogiou a postura da procuradora-geral da República, Raquel Dodge , por solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para ouvi-lo no inquérito relativo a um suposto favorecimento da empresa Rodrimar.
"Responderei aos questionamentos pertinentes ao inquérito, uma vez que tenho total interesse no esclarecimento do assunto. Destaco que a procuradora-geral Raquel Dodge fez o que sempre pedimos. Permitir que pudéssemos nos manifestar previamente no procedimento, respeitando o Estado Democrático de Direito", afirmou Temer.
Na investigação, ele é apontado como suspeito dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Ao elogiar a nova procuradora-geral da República, o presidente fez uma crítica indireta ao antecessor de Raquel Dodge, Rodrigo Janot.
"Muito bom que a PGR agora tenha uma nova postura, sem querer parar o Brasil com denúncias vazias e irresponsáveis. É assim que se faz Justiça: com prudência e responsabilidade, ouvindo todas as partes envolvidas".
Raquel Dodge quer ouvir Temer em inquérito em que ele é suspeito de favorecimento ilegal da empresa Rodrimar S/A por meio da edição do chamado Decreto dos Portos. Segundo a investigação, o pagamento de propina seria a contrapartida da Rodrimar para a edição da medida.
O negócio teria sido intermediado pelo ex-assessor especial da Presidência Rodrigo Rocha Loures.
Em nota divulgada hoje, a Presidência da República afirmou que a assinatura do decreto ocorreu após "longo processo de negociação" entre o governo e o setor portuário.
"O presidente da República, Michel Temer, responderá aos questionamentos pertinentes ao inquérito. Vale destacar que houve amplo debate com o setor antes da publicação do decreto de renovação das concessões de portos", disse a nota do Palácio do Planalto.