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Para Temer, Rossi foi intermediário que ofereceu jato da JBS

Para o presidente, o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi foi o intermediário do empréstimo da aeronave para Temer e sua família usarem em 2011

Wagner Rossi: Temer tem alegado que o episódio foi "há muito tempo" e não consegue se lembrar de todas as viagens que já fez (./Agência Brasil)

Wagner Rossi: Temer tem alegado que o episódio foi "há muito tempo" e não consegue se lembrar de todas as viagens que já fez (./Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de junho de 2017 às 11h12.

Brasília e Ribeirão Preto - O presidente Michel Temer disse a aliados que "acha" que viajou de São Paulo a Comandatuba, na Bahia, em um jato da JBS por intermediação do ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff). Temer e sua família usaram a aeronave em janeiro de 2011, quando ele já era vice-presidente.

Temer tem alegado que o episódio foi "há muito tempo" e não consegue se lembrar de todas as viagens que já fez. Quando veio à tona a informação de que o jato fora emprestado por Joesley Batista, o Palácio do Planalto primeiramente negou.

A aliados, o presidente dizia que não se lembrava. "Isso tem mais de seis anos", afirmou, segundo um de seus auxiliares.

A fim de esclarecer o episódio usado por Joesley para mostrar "proximidade" com Temer, o presidente solicitou uma pesquisa sobre suas viagens.

Ele pediu também para sua assessoria repassar as informações à imprensa. Segundo relato de auxiliares de Temer no Planalto, foi após conversar com sua mulher, Marcela, e com a checagem de sua assessoria dos voos realizados que o presidente pediu a correção da informação.

O Planalto emitiu uma nova nota confirmando o voo com duas informações consideradas "absolutamente desnecessárias" pelos interlocutores de Temer: o desconhecimento sobre o proprietário do jato e o fato de a viagem ter sido realizada como um "favor". De acordo com eles, esses fatores deram uma proporção muito maior do que esperavam ao episódio.

Apesar disso, o Planalto tenta minimizar a repercussão. Assessores do presidente alegam que não há irregularidade no "favor" e a prática seria comum no meio político.

Tentam justificar ainda que a viagem foi realizada logo nos primeiros dias que ele chegou à Vice-Presidência, quando ainda não estava familiarizado com as formalidades de sua nova posição.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), seguiu essa linha de argumentação. "Não vejo nada demais. Não é um tipo de irregularidade ir a um evento de empresários em um avião. Não vejo nenhum problema, a não ser o alarde político por causa do momento. Esse é um assunto menor diante dos problemas que o País está vivendo", afirmou o senador.

De acordo com Jucá, o presidente pegou uma carona, "como diversas autoridades pegam carona em avião". Ele alegou que Temer usou a aeronave para ir a um evento público, um encontro do Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

Entretanto, o presidente não usou o jato para o evento, mas para uma viagem particular de sua família.

Amigo

A família de Wagner Rossi informou que ele não vai se manifestar sobre a possível intermediação que teria feito no empréstimo do avião para o uso particular do então vice-presidente. Wagner Rossi é pai do líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (PMDB-SP).

Em maio, após ser citado na delação de Joesley por ter recebido R$ 100 mil por mês de "mensalinho" por um ano, Wagner Rossi admitiu conhecer o empresário e tê-lo apresentado a Temer.

O ex-ministro, porém, refutou o fato de ter recebido "mesada" da companhia e afirmou que prestou "colaboração remunerada" à J&F, holding dona da JBS, após deixar o cargo e passar pelo período de quarentena. (Colaborou Isabela Bonfim)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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