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Tecnologia da Fiocruz detecta infecção por malária em bolsas de sangue

Desde a implantação, em dezembro de 2022, já foram identificadas 12 bolsas de sangue infectadas pela doença

Fiocruz: teste foi implantado na hemorrede em dezembro de 2022 (Lucas Ninno/Getty Images)
Agência Brasil

Agência de notícias

Publicado em 25 de julho de 2023 às 15h11.

Última atualização em 25 de julho de 2023 às 16h12.

O kit NAT Plus, desenvolvido e produzido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/ Fiocruz ), cuja implantação foi iniciada em novembro de 2022, detectou no hemocentro do Rio de Janeiro, nesta semana, uma bolsa de sangue infectada com malária.

Desde dezembro de 2022, quando o produto começou a ser implantado na hemorrede brasileira, já foram encontradas 12 bolsas de sangue infectadas pelo patógeno, sendo seis delas na Região Norte, duas no Nordeste e quatro no Sudeste, todas do Rio de Janeiro , área considerada não endêmica. Como cada bolsa pode alcançar até quatro pessoas, a descoberta pode ter impedido que 48 receptores de sangue tenham sido infectados.

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O kit NAT Plus, que já testou mais de 500 mil bolsas de sangue desde a implantação, também detecta HIV, hepatite B e hepatite C, o que, segundo a Fiocruz, traz mais segurança às transfusões de sangue e permite a redução de 12 meses para um mês do período de impedimento à doação de sangue de pessoas que estiveram em áreas endêmicas para malária. Além disso, o uso também é indicado para amostras de doadores de órgãos ou doadores falecidos em parada cardiorrespiratória, ampliando a proteção em transplantes.

O diferencial do produto, em relação a kits da rede privada, é que somente ele tem sensibilidade ao alvo malária, o que, segundo a especialista científica em Diagnóstico Molecular de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Patricia Alvarez, é muito importante, sobretudo porque os casos encontrados no Rio de Janeiro eram assintomáticos.

“O ganho é maior, pois não se tem implementado os testes para malária em áreas não endêmicas, então muitas vezes a doença está naquela região sem que se saiba de sua circulação”, disse, em nota.

A especialista explica que fora das regiões consideradas endêmicas, por não haver a testagem de rotina, o doador de sangue pode ser considerado apto, mesmo infectado. “Às vezes acontece de se ter uma infecção que não é detectada por teste da gota espessa, TR ou anamnese, e o diagnóstico molecular vem somar a todas essas ações para que o receptor tenha a segurança necessária”, afirmou a pesquisadora.

O presidente da Fiocruz , Mario Moreira, destacou que, com a detecção do alvo malária, o kit NAT Plus ofertado pelo Sistema Único de Saúde é o mais completo e seguro que pode ser encontrado no mercado atualmente. “Estamos trazendo mais uma inovação para o SUS. O NAT Plus está acompanhando as novas tendências no diagnóstico molecular e trazendo para os bancos de sangue uma tecnologia de ponta que aumenta a segurança transfusional. Além disso, a tecnologia utilizada no kit NAT Plus ainda abre a possibilidade de incorporação de novos alvos no futuro, de acordo com a demanda do Ministério da Saúde ”, explicou.

O que é o kit NAT?

A primeira geração do kit NAT brasileiro é oferecida desde 2011, detectando HIV, hepatite B e hepatite C.

A implantação do NAT Plus está prevista ser concluída até 2024, com a disponibilização do kit e da plataforma de equipamentos nos 14 hemocentros públicos do Brasil.

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