Exame Logo

Taxa de homicídio de negros é o dobro do resto da população

Segundo estudo do Ipea sobre racismo no Brasil, a cada assassinato de um não negro, 2,4 negros são mortos

Homens negros são os que apresentam a maior perda de expectativa de vida por causa da violência: são 3,5 anos de vida contra 2,57 anos dos outros homens (GettyImages)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2013 às 19h37.

São Paulo - A cada homicídio de um não negro (brancos, indígenas e indivíduos de cor/raça amarela, de acordo com a classificação do IBGE), 2,4 negros são assassinados no Brasil. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( Ipea ) e fazem parte de um estudo, publicado nesta semana, sobre os efeitos do racismo no país.

De acordo com informações do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/MS) e do IBGE, apresentadas pelo Ipea, enquanto a taxa de assassinatos de negros no Brasil é de 36 mortes por 100 mil negros, entre não negros, esta taxa é de 15,2.

Herança

Segundo o Ipea, o negro é duplamente discriminado no Brasil, por sua situação socioeconômica e pela cor de pele. Isso explicaria a maior ocorrência de homicídios de negros em relação ao resto da população.

Os baixos níveis educacionais deixam a população negra entre os mais pobres do país: enquanto 64,42% dos não negros estão entre os 50% mais ricos do Brasil, a maior parte dos negros (55,28%) está entre os 50% mais pobres.

Expectativa de vida

Outro dado usado pelo Ipea para mostrar as diferenças entre negros e não negros foi a perda de expectativa de vida ao nascer. De acordo com o estudo, Se consideradas todas as violências letais (homicídios, suicídios e acidentes), os homens negros são os que apresentam a maior perda de expectativa de vida: são 3,5 anos de vida contra 2,57 anos do restante.

A situação é ainda pior olhando as regiões do país separadamente: no Norte, Centro-Oeste e Nordeste o indicador atinge patamar superior a 4 anos.

Veja na tabela abaixo o indicador de perda de expectativa de vida de cada estado na comparação entre negros e não negros.

EstadoNegros (anos)Não negros (anos)
Acre2,471,89
Alagoas6,210,5
Amazonas3,411,41
Amapá4,041,5
Bahia4,371,76
Ceará3,61,83
Distrito Federal41,34
Espírito Santo5,182,74
Goiás4,082,38
Maranhão3,051,66
Minas Gerais2,832,2
Mato Grosso do Sul3,452,94
Mato Grosso3,963,12
Pará4,281,68
Paraíba4,810,57
Pernambuco4,521,06
Piauí2,982,2
Paraná2,33,95
Rio de Janeiro3,322,33
Rio Grande do Norte41,35
Rondônia4,253,26
Roraima4,291,92
Rio Grande do Sul2,362,49
Santa Catarina2,012,5
Sergipe4,171,91
São Paulo2,83,53
Tocantins3,773
Brasil 3,49 2,57

Veja também

São Paulo - A cada homicídio de um não negro (brancos, indígenas e indivíduos de cor/raça amarela, de acordo com a classificação do IBGE), 2,4 negros são assassinados no Brasil. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( Ipea ) e fazem parte de um estudo, publicado nesta semana, sobre os efeitos do racismo no país.

De acordo com informações do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/MS) e do IBGE, apresentadas pelo Ipea, enquanto a taxa de assassinatos de negros no Brasil é de 36 mortes por 100 mil negros, entre não negros, esta taxa é de 15,2.

Herança

Segundo o Ipea, o negro é duplamente discriminado no Brasil, por sua situação socioeconômica e pela cor de pele. Isso explicaria a maior ocorrência de homicídios de negros em relação ao resto da população.

Os baixos níveis educacionais deixam a população negra entre os mais pobres do país: enquanto 64,42% dos não negros estão entre os 50% mais ricos do Brasil, a maior parte dos negros (55,28%) está entre os 50% mais pobres.

Expectativa de vida

Outro dado usado pelo Ipea para mostrar as diferenças entre negros e não negros foi a perda de expectativa de vida ao nascer. De acordo com o estudo, Se consideradas todas as violências letais (homicídios, suicídios e acidentes), os homens negros são os que apresentam a maior perda de expectativa de vida: são 3,5 anos de vida contra 2,57 anos do restante.

A situação é ainda pior olhando as regiões do país separadamente: no Norte, Centro-Oeste e Nordeste o indicador atinge patamar superior a 4 anos.

Veja na tabela abaixo o indicador de perda de expectativa de vida de cada estado na comparação entre negros e não negros.

EstadoNegros (anos)Não negros (anos)
Acre2,471,89
Alagoas6,210,5
Amazonas3,411,41
Amapá4,041,5
Bahia4,371,76
Ceará3,61,83
Distrito Federal41,34
Espírito Santo5,182,74
Goiás4,082,38
Maranhão3,051,66
Minas Gerais2,832,2
Mato Grosso do Sul3,452,94
Mato Grosso3,963,12
Pará4,281,68
Paraíba4,810,57
Pernambuco4,521,06
Piauí2,982,2
Paraná2,33,95
Rio de Janeiro3,322,33
Rio Grande do Norte41,35
Rondônia4,253,26
Roraima4,291,92
Rio Grande do Sul2,362,49
Santa Catarina2,012,5
Sergipe4,171,91
São Paulo2,83,53
Tocantins3,773
Brasil 3,49 2,57
Acompanhe tudo sobre:Expectativa de vidaIpeaNegrosPreconceitosRacismoSaúde no BrasilViolência urbana

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame