Surto de zika no Rio coincide com vírus asiático
O zika pode ter chegado ao Brasil por meio dos atletas que participaram de um campeonato de canoagem no final de 2014
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2016 às 09h12.
O vírus zika , que está por trás do surto registrado no Rio de Janeiro no ano passado, assemelha-se a uma cepa asiática e pode ter sido introduzido por atletas das ilhas do Pacífico - disseram pesquisadores nesta terça-feira.
O informe publicado no periódico PLOS Neglected Tropical Diseases corrobora a hipótese de que o zika pode ter chegado ao Brasil por meio dos atletas que participaram de um campeonato de canoagem no final de 2014.
Os especialistas manifestaram sua preocupação com a possibilidade de um surto de zika ainda mais grave durante os Jogos Olímpicos no Rio.
"Neste ponto, os serviços de saúde devem ser alertados sobre a possibilidade de que uma epidemia ainda maior durante o verão 2015-2016 se propague para mais áreas e afete uma população que não estava exposta durante a última temporada de transmissão", advertiu o estudo.
Suspeita-se, fortemente, de que o vírus zika está por trás de um surto de microcefalia, um problema de má-formação que causa o nascimento de crianças com a cabeça menor. Ainda não se comprovou, porém, a relação entre ambos.
Embora ainda seja "especulativo", dez amostras selecionadas se "agruparam com o genótipo asiático".
Isso sugere que o vírus "possivelmente foi introduzido no Rio de Janeiro durante o VI Campeonato Mundial de Canoagem, em agosto de 2014, ao qual compareceram equipes de quatro países do Pacífico (Polinésia francesa, Nova Caledônia, Ilhas Cook e Ilha de Páscoa), nos quais o vírus circulava".
Os pesquisadores ainda não confirmaram a rota exata e o momento em que o zika entrou na América Latina.
Um outro estudo publicado no mês passado, na revista Science, sequenciou o genoma de sete amostras do zika brasileiro, coletadas de março a novembro de 2015, e sugeriu que essa doença pode ter chegado inclusive antes, entre maio e dezembro de 2013, em um voo da Polinésia Francesa, ou do Sudeste Asiático.
As autoridades brasileiras notificaram o público sobre o vírus, pela primeira vez, em maio de 2015.
"Nossas descobertas mostram que o vírus zika circulava no Rio de Janeiro pelo menos cinco meses antes que as autoridades de Saúde anunciassem sua detecção", de acordo com o estudo realizado por Patricia Brasil da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A pesquisa se baseia em 346 pacientes que tiveram fortes eczemas entre janeiro e julho de 2015. Com amostras de sangue, os especialistas confirmaram a presença do zika em 119 casos. Ninguém havia viajado recentemente, o que mostra que as infecções foram locais.
Pelo menos 11% dos casos foram diagnosticados antes de maio de 2015, quando se notificou o vírus Zika pela primeira vez no nordeste do Brasil.
Isso põe em xeque a teoria de que o vírus entrou no Brasil pelo nordeste e, de lá, espalhou-se pelo restante do país, acrescentaram os pesquisadores.
O vírus zika , que está por trás do surto registrado no Rio de Janeiro no ano passado, assemelha-se a uma cepa asiática e pode ter sido introduzido por atletas das ilhas do Pacífico - disseram pesquisadores nesta terça-feira.
O informe publicado no periódico PLOS Neglected Tropical Diseases corrobora a hipótese de que o zika pode ter chegado ao Brasil por meio dos atletas que participaram de um campeonato de canoagem no final de 2014.
Os especialistas manifestaram sua preocupação com a possibilidade de um surto de zika ainda mais grave durante os Jogos Olímpicos no Rio.
"Neste ponto, os serviços de saúde devem ser alertados sobre a possibilidade de que uma epidemia ainda maior durante o verão 2015-2016 se propague para mais áreas e afete uma população que não estava exposta durante a última temporada de transmissão", advertiu o estudo.
Suspeita-se, fortemente, de que o vírus zika está por trás de um surto de microcefalia, um problema de má-formação que causa o nascimento de crianças com a cabeça menor. Ainda não se comprovou, porém, a relação entre ambos.
Embora ainda seja "especulativo", dez amostras selecionadas se "agruparam com o genótipo asiático".
Isso sugere que o vírus "possivelmente foi introduzido no Rio de Janeiro durante o VI Campeonato Mundial de Canoagem, em agosto de 2014, ao qual compareceram equipes de quatro países do Pacífico (Polinésia francesa, Nova Caledônia, Ilhas Cook e Ilha de Páscoa), nos quais o vírus circulava".
Os pesquisadores ainda não confirmaram a rota exata e o momento em que o zika entrou na América Latina.
Um outro estudo publicado no mês passado, na revista Science, sequenciou o genoma de sete amostras do zika brasileiro, coletadas de março a novembro de 2015, e sugeriu que essa doença pode ter chegado inclusive antes, entre maio e dezembro de 2013, em um voo da Polinésia Francesa, ou do Sudeste Asiático.
As autoridades brasileiras notificaram o público sobre o vírus, pela primeira vez, em maio de 2015.
"Nossas descobertas mostram que o vírus zika circulava no Rio de Janeiro pelo menos cinco meses antes que as autoridades de Saúde anunciassem sua detecção", de acordo com o estudo realizado por Patricia Brasil da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A pesquisa se baseia em 346 pacientes que tiveram fortes eczemas entre janeiro e julho de 2015. Com amostras de sangue, os especialistas confirmaram a presença do zika em 119 casos. Ninguém havia viajado recentemente, o que mostra que as infecções foram locais.
Pelo menos 11% dos casos foram diagnosticados antes de maio de 2015, quando se notificou o vírus Zika pela primeira vez no nordeste do Brasil.
Isso põe em xeque a teoria de que o vírus entrou no Brasil pelo nordeste e, de lá, espalhou-se pelo restante do país, acrescentaram os pesquisadores.