Brasil

Só 10% das cidades do país têm a quantidade mínima de leitos segundo OMS

Menos de 600 dos 5.570 municípios brasileiros têm um leito para cada 10.000 habitantes. Somando a rede privada, taxa sobe para somente 12,6% das cidades

Estádio do Pacaembú: plano emergencial para novos leitos destinados a pacientes com covid-19 (Rodrigo Capote/Bloomberg)

Estádio do Pacaembú: plano emergencial para novos leitos destinados a pacientes com covid-19 (Rodrigo Capote/Bloomberg)

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Natália Flach

Publicado em 1 de abril de 2020 às 12h48.

Última atualização em 12 de maio de 2020 às 14h01.

O Brasil ainda não está preparado para enfrentar o novo coronavírus. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) - feita antes da atual pandemia - é de que os países tenham de um a três leitos disponíveis em unidades de terapia intensiva (UTI) para cada 10 mil habitantes. Mas apenas 10% das cidades brasileiras se enquadram nessa orientação ao oferecer ao menos um leito de UTI dentro do Sistema Único de Saúde para essa quantidade populacionalAo somar os leitos da rede privada de saúde, o quadro não muda muito: somente 12,6% dos municípios atendem as especificações. Essa é a conclusão de um estudo inédito realizado pela plataforma Bright Cities que analisou os 5.570 municípios brasileiros.

"É bom lembrar que a recomendação da OMS foi feita antes da pandemia de coronavírus. Há estudos que indicam que a quantidade de leitos para esse momento deveria ser três a 10 vezes maior", afirma Raquel Cardamone, fundadora da Bright Cities.

Excluindo os leitos de UTIs neonatal, o Brasil dispõe de 41.311 leitos infantis e adultos, bem como específicos para casos de isolamento, mas mais da metade está concentrada na região Sudeste. As cidades que oferecem maior número de leitos tanto públicos quanto privados por grupo de 10 mil habitantes são: as paranaenses de Campo Largo (25,6 leitos) e Campina Grande do Sul (18,4 leitos), a goiana Netrópolis (18,4, leitos), a paulista São Caetano do Sul (14,9 leitos) e a paraibana Piancó (12,4 leitos).

"Estamos tendo tempo para montar hospitais de campanha para atender o maior número de pessoas. Acho que o que vai ficar dessa pandemia é o aprendizado sobre a importância da infraestrutura de saúde e de investimentos em pesquisa", acrescenta Cardamone.

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