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Sindicatos do BC marcam greve de 48h para 20/2 e servidores entregam cargos de chefia em massa

Até a tarde desta sexta, mais de 50 servidores já haviam comunicado seu desligamento das funções gerenciais que desempenham

Sede do Banco Central, em Brasília (DF) (Marcelo Casal/Agência Brasil)

Sede do Banco Central, em Brasília (DF) (Marcelo Casal/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 9 de fevereiro de 2024 às 18h06.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2024 às 18h26.

No dia seguinte à esperada reunião com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), os funcionários do Banco Central rejeitaram a contraproposta do governo na Mesa Específica de Negociação da categoria. Os servidores também decidiram intensificar a entrega de cargos comissionados e anunciaram que vão parar completamente por 48 horas, nos dias 20 e 21 deste mês.

Em dezembro, os servidores do BC aprovaram o "estado de greve geral" no órgão e já realizaram uma paralisação de 24h no dia 11 de janeiro. Na ocasião, o movimento teve adesão de mais de 70% da categoria.

"Estamos chegando em velocidade alarmante a um ponto de não retorno. Sem uma proposta que reverta essa situação de crise, o BC, que está em grave risco hoje, pode colapsar. E isso nos deixa com uma reflexão: a quem interessa um Banco Central sucateado e enfraquecido?", afirmaram os três sindicatos da categoria, em nota conjunta.

A assembleia convocada nesta sexta-feira pela Associação Nacional dos Analistas do Banco Central do Brasil (ANBCB), Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) e Sindicato Nacional dos Técnicos do Banco Central (SinTBacen) teve como resultado a recusa da proposta do MGI por 97% dos servidores participantes. A próxima reunião de negociação com o governo ficou marcada para o dia 21 de fevereiro.

"As entidades representativas decidiram não apresentar sequer uma contraproposta, dado que os pleitos já estão feitos e exaustivamente detalhados. Espera-se que na próxima reunião o governo apresente uma proposta que vá ao encontro das necessidades do BC e proporcione o início de um processo de reversão do desmonte que corre a passos largos na autarquia", acrescentaram os sindicatos.

De acordo com as entidades, até o início da tarde desta sexta-feira, mais de 50 servidores já haviam comunicado oficialmente seu desligamento das funções gerenciais que desempenham, e que costumam ser remuneradas.

"As entregas envolvem servidores que ocupam posições em todos os níveis hierárquicos, inclusive chefia estratégica e envolvidos em projetos e processos críticos, como o Pix, o Sistema de Transferência de Reservas (STR), desenvolvimentos de sistemas de TI, autorização de funcionamento de instituições, fiscalização, supervisão direta de prevenção à lavagem de dinheiro e de financiamento ao terrorismo", detalha o documento.

Embora o governo tenha autorizado a realização do primeiro concurso para o BC desde 2013, com 100 vagas, os servidores desejam uma reestruturação da carreira. Além do bônus produtividade, os funcionários da autoridade monetária pedem a exigência de ensino superior para o cargo de técnico na autarquia e a alteração de nomenclatura do cargo de analista para auditor.

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