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Senado pode chamar Cardoso para explicar esquema em SP

O pedido de convocação deve ser protocolado nesta segunda pelo senador Pedro Simon, do PMDB, com base nas revelações da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal


	Simon: o senador peemedebista considerou o escândalo "grave demais"
 (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Simon: o senador peemedebista considerou o escândalo "grave demais" (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2012 às 19h20.

Brasília - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, encabeça a lista de possíveis convocados pelo Senado para prestar esclarecimentos sobre o esquema de uma organização criminosa infiltrada em órgãos públicos, revelado pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal.

Também fazem parte da relação de eventuais convocados o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, e a ex-chefe de Gabinete da Presidência em São Paulo Rosemary Nóvoa Noronha, demitida no sábado por ordem da presidente Dilma Rousseff.

Nesta segunda-feira, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) irá protocolar na Comissão de Constituição e Justiça pedido para convocar Cardozo. Simon argumenta que o ministro deve detalhar a operação da PF e explicar medidas do governo na área.

"O ministro ou outra pessoa que a presidente Dilma Rousseff quiser deve falar sobre as providências que foram tomadas e as mudanças que serão feitas nesse setor", afirmou o senador. "O ministro, aliás, deveria se oferecer para falar", ressaltou. A assessoria do Ministério da Justiça destacou que Cardozo só irá ao Congresso se for convocado.

Simon avalia que o escândalo no escritório da Presidência em São Paulo é "grave demais", pois ocorreu na "alma do governo". Ele diz, no entanto, que o Congresso não tem condições no momento de propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o caso.

"Seria muita coragem e cara de pau (do Congresso) pedir CPI depois do vexame da comissão do Cachoeira", disse Simon, referindo-se ao relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI criada para investigar os negócios do contraventor Carlos Augusto Ramos, que pediu o indiciamento de adversários do governo e deixou de fora aliados envolvidos com o bicheiro. "E depois, nesse caso do Gabinete da Presidência em São Paulo, o governo já tomou medidas a médio prazo, como a demissão de pessoas indiciadas. Vamos deixá-lo agir."

Simon defende o fechamento do escritório da Presidência. "Sempre fui contra um escritório fora de Brasília. Não tem lógica alguma. Isso lembra os primeiros tempos da capital, quando órgãos públicos e bancos federais mantinham suas sedes no Rio", afirma. "O gabinete tem mais cheiro de lobby do que qualquer outra coisa", completa. "O espaço foi criado por comodismo do ex-presidente Lula, que morava e mora em São Paulo. Sob qualquer ângulo, é incompreensível o seu funcionamento."

Já o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) vai pedir à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle para ouvir Rosemary e Adams. Rodrigues diz que a convocação de Rosemary é o primeiro passo para o Senado entender a dimensão do caso envolvendo a Presidência da República.

Ele argumenta que o advogado-geral deve esclarecer sobre a atuação no esquema do advogado José Weber Holanda Alves, "auxiliar direto" de Adams. O senador também pedirá à Polícia Federal cópia dos autos do inquérito que não estão em segredo.

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