Brasil

Senado aprova projeto de lei que dificulta criar partidos

O projeto limita o acesso de novas legendas a verbas do fundo partidário e à propaganda na TV e foi aprovado pelos senadores sem alterações


	Senado: para maioria dos senadores, país já tem muitos partidos e há grupos que criam legendas apenas acessar verbas do Fundo Partidário e negociar tempo de televisão
 (Pedro França /Agência Senado)

Senado: para maioria dos senadores, país já tem muitos partidos e há grupos que criam legendas apenas acessar verbas do Fundo Partidário e negociar tempo de televisão (Pedro França /Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2013 às 20h34.

Brasília – O plenário do Senado aprovou hoje (8) o projeto de lei complementar (PLC 14/2013) que dificulta a criação de partidos políticos no país. O projeto limita o acesso de novas legendas a verbas do fundo partidário e à propaganda na TV e foi aprovado pelos senadores sem alterações.

A matéria gerou polêmica quando teve a tramitação suspensa por liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Posteriormente, o plenário da Corte considerou que não deveria fazer a análise prévia da constitucionalidade do projeto e determinou o prosseguimento da tramitação.

Para a maioria dos senadores, o Brasil já tem muitos partidos políticos e há grupos que criam legendas apenas para ter acesso a verbas do Fundo Partidário e negociar o tempo de televisão a que terão direito. “Agora o partido não vai levar o dinheiro público, a não ser que eleja deputado, que tenha representação na Câmara”, disse o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).

O senador Humberto Costa (PT-PE) aproveitou para negar que o projeto tenha sido criado para prejudicar a Rede Sustentabilidade, partido da ex-senadora Marina Silva, cujo registro foi negado recentemente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo Costa, o objetivo do projeto é defender a fidelidade dos parlamentares ao partido pelo qual forem eleitos. "A fidelidade partidária é um dos pilares mais importantes da democracia ", disse o senador. "É a partir da fidelidade que os partidos conseguem defender as concepções político-ideológicas que têm e definir seu posicionamento em relação à sustentação de um determinado governo."

Autor do pedido de liminar que culminou com a suspensão temporária da tramitação do projeto, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) votou contra a aprovação da matéria. Para Rollemberg, o texto não é claro ao tratar da situação dos parlamentares que se filiaram ao PROS e ao Solidariedade, partidos criados recentemente. Do jeito que está o texto, a lei poderá retroagir para impedir que o tempo de televisão desses parlamentares conte em seus novos partidos, o que seria inconstitucional, disse o senador.

De acordo com Rollemberg, a matéria deveria ter sido melhor analisada nas comissões do Senado. “Não vejo razão para [o projeto]ser votado com pressa. Ele pode ser inconstitucional, porque não respeita o princípio da anualidade”, ressaltou.

Como não foram aprovadas emendas ao texto enviado pela Câmara, a matéria não precisa retornar para nova análise dos deputados e seguirá para sanção da presidenta Dilma Rousseff.

Acompanhe tudo sobre:Partidos políticosPolíticaPolítica no BrasilSenado

Mais de Brasil

Justiça nega liminar e mantém decreto de Nunes que proíbe serviço de motos da 99 em SP

Vou até as últimas consequências, diz Nunes sobre proibição do serviço de moto da 99 em SP

Inmet mantém alerta de "perigo potencial" para estados por conta das chuvas; veja previsão do tempo

Infraestrutura: confiança sobre investimentos persiste, mas cenário econômico acende sinal amarelo