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Sem polícia, Espírito Santo vive dias de caos e insegurança

Capixabas relatam diminuição do trânsito, fechamento do comércio, arrastões e circulação de imagens de pessoas mortas nas ruas das cidades

Lojas saqueadas: governo estadual ainda não se pronunciou sobre o número de ocorrências (Twitter/Alan Patrick/Reprodução)

Lojas saqueadas: governo estadual ainda não se pronunciou sobre o número de ocorrências (Twitter/Alan Patrick/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de fevereiro de 2017 às 14h22.

Belo Horizonte - A onda de violência no Espírito Santo após a falta de policiamento alterou a rotina de moradores de cidades do Estado, que relatam episódios de roubos e assaltos.

Ao menos parte do comércio fechou. Pacientes desmarcaram consultas médicas com receio de saírem às ruas. Uma academia de Vitória enviou mensagens na madrugada a frequentadores avisando que não funcionaria nesta segunda-feira, 6, por causa do aumento da violência.

A dona de casa Marileia Souza, moradora de Serra, na Grande Vitória, a maior cidade do Estado, com cerca de 500 mil habitantes, afirmou ter recebido ligações de amigos sugerindo que não saísse de casa pela falta de policiamento.

"Só de chegar na porta já dá para perceber que há problemas. A cidade está parada. É complicado. Com os guardas nas ruas a situação já está difícil, imagina sem", disse Marileia. Ela afirmou que pretende seguir o conselho dos amigos de não sair às ruas nesta segunda-feira, dia 6.

Uma funcionária de consultório médico localizado na Praia do Canto, zona nobre de Vitória, declarou que houve vários assaltos e que escolas e bancos não abriram na região.

"Aqui na frente costuma ter trânsito intenso. Hoje, não tem nada. Muitos pacientes ligaram desmarcando consultas", disse a funcionária, que preferiu não se identificar.

"Acordei hoje por volta das 4 horas com o pessoal da academia em que faço ginástica dizendo que não funcionaria hoje, por causa da violência."

A funcionária do consultório afirmou ter recebido pelo WhatsApp fotos de corpos de pessoas que teriam sido mortas na cidade durante a onda de violência.

Porém, até o momento, não há confirmação da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo de quantas ocorrências nesse sentido foram registradas.

O responsável pela pasta, André Garcia, em entrevista na manhã desta segunda-feira à Rádio Estadão, no entanto, afirmou ter aumentado o número de homicídios no Estado nos últimos dias, de modo a afetar a queda nesse tipo de crime que vinha sendo registrada nos últimos anos.

Também funcionária de consultório médico, na Enseada do Suá, Taianara Oliveira afirmou que a cidade teve, nos últimos dias, assaltos a shopping centers e número elevado de roubos de carros.

Já o dentista Paulo Sérgio Curto de Oliveira, do bairro Santa Lúcia, relatou ter visto lojas fechadas e disse que o trânsito na região em que trabalha está menos movimentado do que o normal. Porém, afirmou que não pretende deixar de trabalhar. "Não podemos nos apegar a isso."

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