“Nada muda na política de segurança do governo do estado para as UPPs", disse Pezão (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2015 às 16h21.
Rio de Janeiro - O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, afirmou hoje (1) que a política de segurança do estado não vai mudar por causa de ações e erros de “dois ou três” maus policiais.
Segundo o governador, a política de segurança está em constante aperfeiçoamento.
Pezão fez as declarações durante a conferência internacional Urban Tec 2015 – Soluções Inteligentes para Cidades Melhores, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, na Fundação Getulio Vargas.
Ele se referia à tentativa de policiais militares de alterar as circunstâncias da morte do menor Eduardo Felipe Santos, ocorrida terça-feira no Morro da Providência.
Na ocasião, os policiais colocaram uma arma na mão do adolescente para que a morte parecesse um auto de resistência.
“Nada muda na política de segurança do governo do estado para as UPPs [unidades de Polícia Pacificadora]. Estamos sempre reavaliando, mas é preciso levar em conta que não tem guerra ganha. E as UPPs estão nos permitindo [obter] índices civilizatórios de homicídios”, afirmou o governador.
De acordo com Pezão, atualmente o número de óbitos nas áreas ocupadas por UPPs é de 11 por grupo de 100 mil habitantes.
“É um índice menor do que o de muitos estados, menor do que o da própria capital e da região metropolitana. É importante ressaltar também o que foi salvo de vidas com essas ocupações [de comunidades]. No Dona Marta [primeira comunidade a receber uma UPP], por exemplo, há seis anos que não é registrada uma morte.”
Depois de ressaltar que o governo não compactua com ações de maus policiais, o governador disse que a população deve se indignar também com a morte de policiais que estão dentro das comunidades para levar paz a áreas que se encontravam conflagradas há mais de 40 anos.
“Já mandamos embora mais de 2,2 mil policiais em seis, sete anos de governo. Não compactuamos com erros, assim como também não compactuamos com barbárie contra policiais”, afirmou Pezão, referindo-se ao assassinato de um policial militar em uma comunidade de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
“Temos que nos indignar com tudo: a morte do garoto é muito triste, mas também não é trivial achar que é normal matar policial.”