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Se eleita, Erundina diz que aceitará petistas na sua gestão

A candidata lembrou que governou SP por quatro anos sem ter maioria na Câmara Municipal e admitiu que, caso seja eleita, dificilmente o cenário será diferente


	Erundina: a candidata lembrou que governou SP por quatro anos sem ter maioria na Câmara Municipal e admitiu que, caso seja eleita, dificilmente o cenário será diferente
 (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

Erundina: a candidata lembrou que governou SP por quatro anos sem ter maioria na Câmara Municipal e admitiu que, caso seja eleita, dificilmente o cenário será diferente (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2016 às 12h18.

São Paulo - A deputada federal e candidata à prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina (PSOL), fez nesta quarta-feira, 27, uma série de críticas ao PT - partido que ajudou a fundar e pelo qual foi a primeira mulher a governar a capital paulista, entre 1989 e 1993 - mas disse que terá membros da sua ex-legenda em seu governo, caso seja eleita.

"Quero ter petistas comigo, pois muitos continuam votando (em mim) e são amigos meus. Quero tê-los no governo (...), pois eu vou precisar e a cidade vai precisar de petistas que têm muito a contribuir", disse a candidata em sabatina realizada pelo UOL, Folha de S.Paulo e SBT.

A candidata lembrou que está à frente nas pesquisas do prefeito e candidato à reeleição Fernando Haddad (PT) e fez várias críticas às concessões políticas feitas pelo PT durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente afastada Dilma Rousseff.

"Dilma não teve competência política para exercer o poder que tem como presidente da República. Não dialogava com movimentos e, no poder, quem não gosta de dialogar é complicado", disse Erundina sobre os motivos do afastamento de Dilma.

"Lamentavelmente, Dilma e Lula não fizeram aliança com o povo e ficaram reféns do Congresso", emendou.

Sobre o desfecho do professo de impeachment de Dilma, que deve ser julgado em agosto pelo Senado, Erundina disse que, com a correlação de forças no Congresso, não vê chance alguma de a presidente afastada escapar de uma cassação.

"Mas, se ela ganhar, terá dificuldade de governar com o desgaste que vem sofrendo há anos. Por isso, é melhor eleição para resolver no voto popular", defendeu.

Erundina, no entanto, afirmou ser contrária, como é o PSOL, ao impeachment da presidente, por não haver crime de responsabilidade.

"Eu e o PSOL entendemos que não houve crime de responsabilidade contra a presidente. Isso é golpe, ruim para democracia e cria instabilidade institucional", avaliou.

A ex-prefeita de São Paulo classificou o presidente interino Michel Temer (PMDB) como "golpista" e considerou como seu "único desvio" em campanhas eleitorais o fato de tê-lo como candidato à vice-prefeito, em 2004, na disputada à Prefeitura de São Paulo, ainda pelo PSB.

"Tenho muitos defeitos, inclusive na política, mas ninguém pode me acusar de incoerência. Único caso de desvio foi o da campanha de 2004, por outro partido, o PSB, que naquela ocasião firmou aliança com o PMDB, partido que tinha Temer na cabeça de chave e aceitou ser vice. Um presidente que articulou um golpe", afirmou.

A candidata do PSOL lembrou que governou São Paulo por quatro anos sem ter maioria na Câmara Municipal e admitiu que, caso seja eleita, dificilmente o cenário será diferente a partir de 2017.

Por isso, buscará apoio na sociedade e nos movimentos populares para pressionar a Câmara a aprovar projetos defendidos por ela.

"Preço para ter maioria seria ter feito concessões éticas e eu não fiz. O que me salvou foi a aliança com a sociedade civil organizada. Agora vamos conversar com outras forças políticas e fazer uma aliança com o povo", afirmou.

Erundina disse ainda que não está no PSOL para ser candidata à Prefeitura e que até avaliava não disputar mais qualquer eleição, apesar de trabalhar para fundar um novo partido, batizado de Raiz.

A candidata admitiu ser pouco conhecida entre os eleitores jovens, já que governou São Paulo há 27 anos. "Essa é questão que temos de orientar como estratégica de campanha para chegar aos jovens e dialogar com eles", concluiu.

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