Se assumir Fazenda, Fraga pensará na autonomia do BC
Enquanto Dilma Rousseff (PT) ainda não definiu quem seria seu ministro da Fazenda, Aécio já anunciou que, caso vença, Armínio Fraga vai comandar a pasta
Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2014 às 21h13.
Rio de Janeiro - O embate sobre política econômica será um dos temas protagonistas no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto.
Enquanto Dilma Rousseff (PT) ainda não definiu quem seria, caso eleita, o substituto de Guido Mantega no Ministério da Fazenda, o opositor Aécio Neves (PSDB) já anunciou que, caso vença, Armínio Fraga vai comandar a pasta.
No primeiro ato da corrida presidencial, a autonomia do Banco Central (BC), proposta inicialmente aventada por Marina Silva (PSB), já fora da contenda, rendeu fortes críticas à sua candidatura.
Agora, Fraga traz o tema de volta à agenda, ao admitir que a ideia não está descartada em um futuro mandato tucano.
"Eu consideraria mais tarde formalizar o sistema (a autonomia da instituição), mas não é uma prioridade para os primeiros momentos", disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. O economista rebateu ainda as críticas sobre a proposta.
"As críticas que foram feitas eu vejo como má-fé ou como um entendimento equivocado sobre qual é o papel do BC. O BC tem de proteger a estabilidade da moeda ou, dito de uma forma mais direta, proteger o bolso dos cidadãos."
Ex-presidente do BC no governo Fernando Henrique Cardoso, Fraga demonstra confiança numa mudança de perspectiva do mercado.
"A vitória de Aécio pode mudar a cabeça das pessoas e das empresas de forma bastante radical. Hoje existe uma enorme ansiedade em relação ao futuro do País, e isso tem de mudar", diz.
"Não é muito difícil de entender como se faz isso. Se um veículo caminha para o despenhadeiro e alguém assume o volante e muda a direção, é natural que se acalme bastante o espírito dos passageiros", explica ele.
Para Fraga, o Brasil vive recessão e apresenta "perspectivas limitadas de crescimento, pois investe pouco e não tem ganhos de produtividade".
"Nossa proposta tem três pilares: reorganizar a política macroeconômica, a reforma tributária com foco nos impostos indiretos, que oneram imensamente as empresas, e, finalmente, a enorme carência de infraestrutura que atrapalha todos os setores da economia", enumera.
"É algo revolucionário e factível, vamos entrar logo com um projeto bem arrumado para ser discutido e aprovado."
O economista acredita ser viável alcançar, passo a passo, um índice de inflação abaixo da meta atual.
"Vamos restaurar o câmbio flutuante. Não vamos usá-lo para segurar a inflação, como estão fazendo hoje. A ideia é chegar primeiro na meta atual, de 4,5%, sem nenhum artificialismo. Depois, muito gradualmente, pensamos em caminhar para 3%."
Rio de Janeiro - O embate sobre política econômica será um dos temas protagonistas no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto.
Enquanto Dilma Rousseff (PT) ainda não definiu quem seria, caso eleita, o substituto de Guido Mantega no Ministério da Fazenda, o opositor Aécio Neves (PSDB) já anunciou que, caso vença, Armínio Fraga vai comandar a pasta.
No primeiro ato da corrida presidencial, a autonomia do Banco Central (BC), proposta inicialmente aventada por Marina Silva (PSB), já fora da contenda, rendeu fortes críticas à sua candidatura.
Agora, Fraga traz o tema de volta à agenda, ao admitir que a ideia não está descartada em um futuro mandato tucano.
"Eu consideraria mais tarde formalizar o sistema (a autonomia da instituição), mas não é uma prioridade para os primeiros momentos", disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. O economista rebateu ainda as críticas sobre a proposta.
"As críticas que foram feitas eu vejo como má-fé ou como um entendimento equivocado sobre qual é o papel do BC. O BC tem de proteger a estabilidade da moeda ou, dito de uma forma mais direta, proteger o bolso dos cidadãos."
Ex-presidente do BC no governo Fernando Henrique Cardoso, Fraga demonstra confiança numa mudança de perspectiva do mercado.
"A vitória de Aécio pode mudar a cabeça das pessoas e das empresas de forma bastante radical. Hoje existe uma enorme ansiedade em relação ao futuro do País, e isso tem de mudar", diz.
"Não é muito difícil de entender como se faz isso. Se um veículo caminha para o despenhadeiro e alguém assume o volante e muda a direção, é natural que se acalme bastante o espírito dos passageiros", explica ele.
Para Fraga, o Brasil vive recessão e apresenta "perspectivas limitadas de crescimento, pois investe pouco e não tem ganhos de produtividade".
"Nossa proposta tem três pilares: reorganizar a política macroeconômica, a reforma tributária com foco nos impostos indiretos, que oneram imensamente as empresas, e, finalmente, a enorme carência de infraestrutura que atrapalha todos os setores da economia", enumera.
"É algo revolucionário e factível, vamos entrar logo com um projeto bem arrumado para ser discutido e aprovado."
O economista acredita ser viável alcançar, passo a passo, um índice de inflação abaixo da meta atual.
"Vamos restaurar o câmbio flutuante. Não vamos usá-lo para segurar a inflação, como estão fazendo hoje. A ideia é chegar primeiro na meta atual, de 4,5%, sem nenhum artificialismo. Depois, muito gradualmente, pensamos em caminhar para 3%."