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São Paulo é insegura para 67% de crianças e adolescentes

De acordo com a maioria dos jovens entrevistados na pesquisa de Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município, São Paulo é uma cidade insegura


	Foram entrevistados 805 crianças e adolescentes de todas as áreas da cidade entre os dias 13 e 30 de junho de 2015
 (Getty Images)

Foram entrevistados 805 crianças e adolescentes de todas as áreas da cidade entre os dias 13 e 30 de junho de 2015 (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2015 às 16h18.

Brasília - Para 67% dos jovens de 10 a 17 anos São Paulo é uma cidade insegura. O índice faz parte da pesquisa de Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município divulgada hoje (23) pela Rede Nossa São Paulo.

Outro item mal avaliado pelas crianças e adolescentes foi a forma com que as pessoas são tratadas pelos policiais.

Sessenta e oito por cento dos entrevistados atribuiu notas de 1 a 5 a essa pergunta, em uma escala que vai de 1 a 10 e tem como média 5,5.

Foram entrevistados 805 crianças e adolescentes de todas as áreas da cidade entre os dias 13 e 30 de junho de 2015.

A nota média da segurança na cidade ficou em 4,6 e a do tratamento dispensado pela polícia, 4,3. O eixo segurança e proteção foi o pior avaliado entre os 12 temas principais, tendo nota média de 5,1.

Para o coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo, Maurício Broinizi Pereira, o resultado do tema da segurança também está ligado à forma como a capital paulista é retratada na mídia.

“Existem muitos canais de comunicação que colocam muita ênfase nas matérias policiais. Isso acaba ficando no imaginário das crianças e dos adolescentes. Toda hora a televisão e rádio falando [no assunto]. De uma certa maneira, é criado um clima com esses programas policiais”, relacionou.

O tema melhor avaliado foi acesso a internet, com nota 7,9, seguido pelos itens educação (7,3) e relações humanas (7,1). 

“O conhecimento dos professores foi o item melhor avaliado na área de educação. O que mostra que eles respeitam e valorizam os professores”, enfatizou Pereira.

O conhecimento dos educadores teve nota final 8, com apenas 15% de menções abaixo da média. A conservação das escolas foi o item com pior resultado dentro do eixo da educação, com reprovação de 36% dos entrevistados e nota média de 6,4.

No tópico das relações humanas, a interação com a família teve nota final de 8,6, com apenas 11% de menções entre 1 e 5. A relação com os colegas na escola ficou com 8,3, com somente 12% de menções abaixo da média.

Porém, o respeito a diversas culturas, cores e religiões foi mal avaliado por 56% dos jovens e ficou com nota 5,4. A nota para o respeito à diversidade foi menor entre os negros (4,9).

O coordenador da Nossa São Paulo ressaltou que de modo geral a avaliação dos jovens sobre a cidade foi melhor do que na pesquisa feita com adultos.

“À medida que a idade vai avançando, as respostas vão se tornando mais pessimistas também”, disse.

Ele acredita que as respostas com viés positivo também são um recado ao Pode Público em suas diversas esferas.

“Eles apontaram onde estão os problemas. Eles disseram que o tempo de espera no sistema público de saúde é muito ruim, que a tarifa de ônibus é muito cara, que o policial trata mal as pessoas. Quando eles se revelam otimistas, eles estão querendo dizer que eles têm esperança que essas coisas complicadas que tem no cotidiano deles podem melhorar”, destacou.

O tema saúde teve nota 6,2. No entanto, no item do tempo de atendimento em postos e hospitais, o índice de reprovação ficou em 67%, deixando a nota em 4,4.

As tarifas do transporte público foram reprovadas por 78% e a nota final para o item ficou em 4.

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