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Sabesp tenta fazer chover no Sistema Cantareira

A companhia contratou uma empresa para induzir chuvas artificiais no sistema cujos reservatórios estão no nível mais baixo desde 1974

Serra da Cantareira: a tecnologia permite a aceleração da precipitação de chuvas  (Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2014 às 07h51.

São Paulo - A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ) contratou uma empresa para induzir chuvas artificiais no Sistema Cantareira - os reservatórios estão no nível mais baixo desde 1974. A tecnologia permite a aceleração da precipitação de chuvas sem o uso de produtos químicos, em um processo conhecido como semeadura de nuvens.

Anteontem, segundo a diretora da empresa ModClima, Majory Imai, foi possível produzir chuva artificial a nordeste de Bragança Paulista. "Foi uma chuva pequena, mas já foi um bom sinal", afirmou.

De acordo com a diretora, desde 2001, a Sabesp mantém contratos operacionais de médio prazo com a empresa para otimizar chuvas no sistema. "Em anos anteriores não fomos requisitados porque choveu muito. Agora, com toda a seca, a Sabesp nos contatou e deslocamos parte de uma equipe que estava fazendo chover em lavouras de soja, na Bahia", disse.

Segundo Majory, não basta querer produzir chuva: é preciso que existam nuvens de bom porte. "Montamos uma operação para trabalhar toda nuvem boa que se aproximar do Cantareira. Nesse momento, o céu está muito limpo", disse, no início da tarde de ontem.

O funcionamento do processo de "fazer chover" é relativamente simples. Um avião solta gotículas de água na base das nuvens. As gotas ganham volume e, quando estão pesadas o suficiente, a chuva localizada acontece. Segundo a empresa, chove de 5 a 40 milímetros. O tempo de semeadura dura entre 20 e 40 minutos.

"Hoje (ontem), aumentou um pouco a quantidade de nuvens, mas elas estão rasas", disse Neide Oliveira, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Segundo o órgão, há previsão de chuvas significativas entre os dias 13 e 14 deste mês.

Para o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, a experiência internacional indica que a eficiência da semeadura, também conhecida como bombardeamento de nuvens, é limitada. "Há uma situação curiosa: a nuvem é bombardeada, mas não se sabe exatamente onde vai chover."


Para Braga, a medida mais importante é a conscientização da população. "A situação é muito grave, e a população tem de responder usando menos água."Ao ser questionada sobre o contrato com a ModClima e a eficácia da semeadura, a Sabesp não quis comentar.

Menos água

Os Ministérios Públicos Estadual e Federal recomendaram à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), do Estado de São Paulo, que suspendam a autorização dada à Sabesp de usar o banco de águas para abastecer a Grande São Paulo.

Hoje, além da vazão de 24,8 metros cúbicos por segundo, a Sabesp usa 8,3 m³/s do Cantareira para a Região Metropolitana, enquanto as bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que abastecem dezenas de municípios, recebem descarga de 3,1 m³/s.

O presidente da ANA, Vicente Andreu, afirmou que a Sabesp poderá usar o banco de águas. "Até a construção de novos padrões, vai operar dentro do marco regulatório", disse. Segundo ele, será avaliado o padrão de consumo diante dos estímulos que estão sendo dados pelas companhias de distribuição, como descontos ou multa.

A situação atual, de acordo com Andreu, deve levar a um adiamento das audiências públicas em torno da renovação da outorga do Sistema Cantareira, marcadas originalmente para a próxima semana. (Colaborou Giovana Girardi). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ) contratou uma empresa para induzir chuvas artificiais no Sistema Cantareira - os reservatórios estão no nível mais baixo desde 1974. A tecnologia permite a aceleração da precipitação de chuvas sem o uso de produtos químicos, em um processo conhecido como semeadura de nuvens.

Anteontem, segundo a diretora da empresa ModClima, Majory Imai, foi possível produzir chuva artificial a nordeste de Bragança Paulista. "Foi uma chuva pequena, mas já foi um bom sinal", afirmou.

De acordo com a diretora, desde 2001, a Sabesp mantém contratos operacionais de médio prazo com a empresa para otimizar chuvas no sistema. "Em anos anteriores não fomos requisitados porque choveu muito. Agora, com toda a seca, a Sabesp nos contatou e deslocamos parte de uma equipe que estava fazendo chover em lavouras de soja, na Bahia", disse.

Segundo Majory, não basta querer produzir chuva: é preciso que existam nuvens de bom porte. "Montamos uma operação para trabalhar toda nuvem boa que se aproximar do Cantareira. Nesse momento, o céu está muito limpo", disse, no início da tarde de ontem.

O funcionamento do processo de "fazer chover" é relativamente simples. Um avião solta gotículas de água na base das nuvens. As gotas ganham volume e, quando estão pesadas o suficiente, a chuva localizada acontece. Segundo a empresa, chove de 5 a 40 milímetros. O tempo de semeadura dura entre 20 e 40 minutos.

"Hoje (ontem), aumentou um pouco a quantidade de nuvens, mas elas estão rasas", disse Neide Oliveira, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Segundo o órgão, há previsão de chuvas significativas entre os dias 13 e 14 deste mês.

Para o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, a experiência internacional indica que a eficiência da semeadura, também conhecida como bombardeamento de nuvens, é limitada. "Há uma situação curiosa: a nuvem é bombardeada, mas não se sabe exatamente onde vai chover."


Para Braga, a medida mais importante é a conscientização da população. "A situação é muito grave, e a população tem de responder usando menos água."Ao ser questionada sobre o contrato com a ModClima e a eficácia da semeadura, a Sabesp não quis comentar.

Menos água

Os Ministérios Públicos Estadual e Federal recomendaram à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), do Estado de São Paulo, que suspendam a autorização dada à Sabesp de usar o banco de águas para abastecer a Grande São Paulo.

Hoje, além da vazão de 24,8 metros cúbicos por segundo, a Sabesp usa 8,3 m³/s do Cantareira para a Região Metropolitana, enquanto as bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que abastecem dezenas de municípios, recebem descarga de 3,1 m³/s.

O presidente da ANA, Vicente Andreu, afirmou que a Sabesp poderá usar o banco de águas. "Até a construção de novos padrões, vai operar dentro do marco regulatório", disse. Segundo ele, será avaliado o padrão de consumo diante dos estímulos que estão sendo dados pelas companhias de distribuição, como descontos ou multa.

A situação atual, de acordo com Andreu, deve levar a um adiamento das audiências públicas em torno da renovação da outorga do Sistema Cantareira, marcadas originalmente para a próxima semana. (Colaborou Giovana Girardi). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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