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Sabesp pode ser forçada a fazer racionamento, diz presidente

De acordo com novo presidente da Sabesp, para resolver de vez os vazamentos, seria preciso substituir todas as antigas tubulações


	Torneira: Sabesp sabe que redução da pressão da água pode causar transtornos à população, diz presidente
 (Pedro França/Agência Senado)

Torneira: Sabesp sabe que redução da pressão da água pode causar transtornos à população, diz presidente (Pedro França/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 16h26.

São Paulo - A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pode ser forçada a fazer racionamento de água, segundo o novo presidente da empresa, Jerson Kelman, em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo desta quinta-feira.

Segundo ele, o termo "racionamento" é usado, em geral, quando se força a diminuição coletiva do consumo por meio da total interrupção do fornecimento por algumas horas do dia ou quando se impõem quotas individuais de consumo.

"Não é o que a Sabesp tem feito, mas poderá ser forçada a fazê-lo, se continuar a não chover nos lugares certos e nas quantidades necessárias", afirma.

"É evidente que, na crise atual, a Sabesp não tem como prestar serviço como se a situação fosse de normalidade", prossegue Kelman.

"Não é sensato brigar com os fatos. Se for necessário chamar isso de racionamento, que assim seja. O relevante é impedir que ações na Justiça, de proteção a supostos direitos individuais, atentem contra a segurança hídrica de todos", diz.

O presidente da Sabesp destaca também, no artigo, que o consumo de água na região metropolitana de São Paulo é hoje 25% inferior ao que seria se não existisse a crise hídrica.

"Ou seja, é óbvio que vivemos uma gravíssima escassez de água e a maior parte da população já reagiu diminuindo o consumo, antes mesmo de ser submetida a alguma restrição."

Ele afirma ainda que a Sabesp sabe que a redução da pressão da água pode causar transtornos à população.

"Essa redução, porém, é necessária para diminuir o vazamento das tubulações enterradas no solo. Trata-se de uma medida preventiva para evitar um mal maior, que seria a exaustão da pouca água ainda armazenada nos grandes reservatórios."

De acordo com Kelman, para resolver de vez os vazamentos, seria preciso substituir todas as antigas tubulações.

"A Sabesp já está empenhada na tarefa, que inescapavelmente durará diversos anos", diz.

Ele ressalta que existem cerca de 64 mil quilômetros de tubos enterrados na região metropolitana, o equivalente a uma volta e meia em torno da Terra.

Kelman diz também que as redes são mantidas algumas horas em baixa pressão.

"Porém essa pressão é positiva - isso impede a entrada de água do solo nas tubulações e o consequente risco de contaminação", afirma.

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