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Rio pode poupar R$ 156 milhões em tratamento de água se plantar árvores

Estudo mostra que o terreno é fértil para soluções que jogam a favor da natureza

Vista geral do Rio de Janeiro com Cristo Redentor em destaque. (Michael Regan/Getty Images/Getty Images)

Vista geral do Rio de Janeiro com Cristo Redentor em destaque. (Michael Regan/Getty Images/Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 13 de dezembro de 2018 às 14h01.

São Paulo - Quando se fala em soluções para suprir a demanda de água nas cidades, é comum pensar em grandes obras de infraestrutura hidráulica, como reservatórios, canais e transposição de cursos d´água, a chamada arquitetura cinza. 

Foi isso o que fizemos ao longo do século passado inteiro, quando industrias e campos agrícolas cresciam a todo vapor. Porém, em tempos de pressões crescentes sobre os recursos hídricos e incertezas climáticas, a solução pode vir da própria natureza, na forma de "infraestruturas verdes".

Um novo estudo divulgado nesta quinta-feira (13) dá exemplo. Plantar florestas pode resultar numa economia de R$ 156 milhões em 30 anos para a maior estação de tratamento de água do mundo, a ETA Guandu, no Rio de Janeiro.

A estação operada pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) é responsável pelo tratamento da água que abastece 92% da população da região metropolitana do Rio.

O estudo foi produzido pela ONG ambientalistas e conservacionista WRI Brasil, Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e a The Nature Conservancy (TNC). 

Dado o papel de filtragem que as florestas exercem na retenção de sedimentos e assoreamento dos cursos d’água, a restauração da vegetação nativa melhora a qualidade da água para abastecimento humano, reduzindo os gastos com tratamento. 

E não é preciso um grande esforço. Se as áreas naturais remanescentes (que já oferecem diversos serviços ambientais) forem preservadas e o governo em parceria com a sociedade e a iniciativa privada plantarem 3 mil hectares de florestas em áreas altamente degradadas – o que representa 1,4% da bacia –, a quantidade de terra, sujeira e sedimentos que chega nos rios reduziria em 33%.

Com menor quantidade de sedimentos, a ETA Guandu deixaria de usar 4 milhões de toneladas de produtos químicos e 260 mil MWh em energia, gerando o retorno do investimento de 13%, compatível com os resultados financeiros de obras no setor, segundo o estudo.  O terreno é fértil para soluções que jogam a favor da natureza.

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