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Responsável por arrecadação em prédio que desabou nega cobrança de aluguel

Nirelde de Jesus Oliveiran afirmou que não havia um valor fixo estabelecido, mas arrecadação voluntária quando havia necessidade de alguma manutenção

Desabamento: um homem que constava na lista de desaparecidos nos escombros do prédio foi encontrado vivo, em uma cidade de Minas Gerais (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Desabamento: um homem que constava na lista de desaparecidos nos escombros do prédio foi encontrado vivo, em uma cidade de Minas Gerais (Rovena Rosa/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de maio de 2018 às 16h38.

Apontada pelos moradores como uma das líderes do Movimento de Luta Social por Moradia (MSLM) e responsável pela arrecadação dos valores de aluguel e taxa de manutenção do edifício Wilton Paes de Almeida, Nirelde de Jesus Oliveira, de 38 anos, disse à Polícia Civil que as alegações são "mentirosas".

Ela afirmou que não havia um valor fixo estabelecido, mas uma arrecadação voluntária quando havia necessidade de alguma manutenção. "É tudo mentira (sobre a cobrança). Tinha um grupo de mulheres que se reunia para discutir o que precisava ser arrecadado para, por exemplo trocar uma pia, um chuveiro, e a gente fazia uma espécie de vaquinha. Não tinha aluguel ou taxa".

Ângela Fabiano Quirino, advogada de Nirelde e dos outros dois apontados como líderes - Ananias Pereira dos Santos e Hamilton, disse que a mulher não tinha uma função de administração ou coordenação dentro da ocupação. "Ela era uma moradora, é tão vítima quanto eles", disse Quirino.

Nirelde morava com o marido e o filho no mezanino do prédio. Segundo os moradores, esse andar era reservado para os líderes ou pessoas próximas a eles.

O delegado seccional Marco Antônio Paula Santos, responsável pela investigação, disse que os depoimentos dos três apontados como líderes são contestados pelos moradores. Pelo menos 30 pessoas já prestaram depoimento desde o incêndio e desabamento do prédio. "Muitos detalhes (sobre o que eles disseram) são contestados ou vão no sentido contrário da maioria dos ouvidos. Todas as pessoas apontaram Nirelde como a responsável pela cobrança", afirmou.

Os três negaram à Polícia Civil serem líderes do movimento. "Todos se dizem tão somente moradores na mesma condição dos demais ou apenas colaboradores beneméritos", disse o delegado.

O delegado informou ainda que quer ouvir mais moradores para colher informações sobre as instalações elétricas do lugar. Nirelde disse que os moradores eram responsáveis por fazer suas próprias instalações e que todas elas estavam em bom estado de conservação.

"Alguns dizem que já havia instalações elétricas quando se mudaram pra lá, dizem que a conservação era bem ruim", explicou Santos.

Desaparecido

Um homem que constava na lista de desaparecidos nos escombros do prédio foi encontrado vivo, nesta quarta-feira, 9, em uma cidade na região metropolitana de Belo Horizonte (MG).

A família informou à Polícia que Artur Hector de Paula, de 46 anos, está em Minas. A tia dele, Irani de Paula, havia registrado na segunda-feira, 7, um boletim de ocorrência para informar o desaparecimento dele.

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