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Relator recomenda suspensão de 4 meses para Jean Wyllys

Relator do processo de quebra de decoro recomendou suspensão de Jean Wyllys por 4 meses

Jean Wyllys: deputado cuspiu em Jair Bolsonaro durante a votação do impeachment na Câmara, sob provocação, segundo a defesa (Agência Brasil/Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Jean Wyllys: deputado cuspiu em Jair Bolsonaro durante a votação do impeachment na Câmara, sob provocação, segundo a defesa (Agência Brasil/Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 10h53.

Brasília - O deputado Ricardo Izar (PP-SP) defendeu nesta terça-feira, 13, no Conselho de Ética da Câmara a suspensão por 120 dias do exercício do mandato do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) por ele ter cuspido em Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

Izar é relator do processo por quebra de decoro parlamentar encaminhado pela Corregedoria da Casa. Em seu relatório apresentado, Izar diz que o Parlamento não admite esse tipo de infração e que, ao invés de seis meses de suspensão, como recomendado pela Corregedoria, sugeria quatro meses.

No parecer, Izar diz que é inegável a "natureza injuriosa" do ato e que a cusparada "macula a honra objetiva" da Câmara.

"Não há como admitir esse tipo de comportamento descortês e impolido por parte de congressista a quem foi outorgado o poder de representar parcela da sociedade perante o Poder Legislativo e de quem se espera a prática de atividades que viabilizem a concretização dos anseios da população, mediante discussão e aprovação de propostas legislativas", diz o parecer.

No parecer, Izar usou trechos das representações contra Wyllys, que diziam que a cusparada do "Big Brother Deputado" era um comportamento que não era admitido nem no programa de TV em que o parlamentar se notabilizou.

O episódio ocorreu durante a votação da abertura do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara, em abril deste ano.

Durante todo o processo disciplinar, Izar ouviu testemunhas da cena. Os aliados de Wyllys disseram que o deputado foi provocado por Bolsonaro, enquanto os aliados de Bolsonaro indicaram que o ato teria sido premeditado - o que não foi comprovado pela perícia encomenda pelo Conselho de Ética.

"A conduta de cuspir em outro representante do povo, durante um dos momentos históricos ocorridos neste País, ainda que em reação à alegada provocação, demonstra completo desprezo, não só ao deputado visado, mas principalmente ao prestígio deste Parlamento. O cuspe direcionado a outrem tem nítido propósito de humilhar e desrespeitar, demonstrando assim a torpeza de quem o faz", ressalta o parecer.

Defesa

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), saiu em defesa de Wyllys. "Certamente o deputado Jean Wyllys errou, mas isso não nos faz cometer outro erro", disse nesta terça em plenário, durante a votação dos destaques da Medida Provisória que reformula o Ensino Médio.

Maia aproveitou um discurso do deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) em favor de Wyllys e sugeriu que os parlamentares ouvissem bem as palavras de Costa para criar um ambiente de harmonia e diálogo no Parlamento.

"A situação política já não está muito boa para que a gente coloque mais lenha na fogueira", concluiu Maia.

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