Reajuste salarial do STF deve custar entre R$1,4 bi e R$1,6 bi à União
O ministro do Planejamento, Esteves Colnago, disse que esse número pode ficar ainda maior
Reuters
Publicado em 27 de novembro de 2018 às 14h52.
Última atualização em 27 de novembro de 2018 às 14h54.
Brasília - O reajuste salarial para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) , sancionado pelo presidente Michel Temer , deve causar um impacto de entre 1,4 bilhão de reais e 1,6 bilhão de reais nas contas da União, parcialmente compensado pela revogação do auxílio moradia para magistrados, afirmou nesta terça-feira o ministro do Planejamento, Esteves Colnago.
"A gente ainda está fazendo os cálculos, mas na União estaria girando em torno de 1,4 bilhão, 1,6 bilhão", estimou. Ele explicou ainda que esse número pode ficar maior, já que ainda não entraram em seus cálculos qual seria o gasto extra no Legislativo.
O número dado pelo ministro está em linha com um estudo feito pela consultoria da Câmara e do Senado federal mais cedo no ano, à época o montante estimado era de 1,4 bilhão de reais para a União e outros 2,6 bilhões de reais para os Estados.
Segundo Colnago, a nova despesa será parcialmente compensada pela revogação do auxilio-moradia a magistrados, integrantes do Ministério Público, de Defensorias Públicas, de tribunais de contas e quaisquer outras carreiras jurídicas que estejam recebendo esse benefício.
"Você tem uma compensação parcial... Acho que auxilio-moradia no Judiciário vão ser uns 350 a 400 milhões e aí você teria um pouco mais nos outros poderes, talvez chegasse a 550 a 600 milhões", ponderou, ressaltando que ainda é preciso entender a extensão da decisão.
Ambas as medidas tomadas na véspera, tanto de revogar o benefício, quanto de sancionar o aumento a ministros do STF, vieram de um acordo costurado entre o Palácio do Planalto e o STF.
Novo ministério
Em conversa com jornalistas em saída do comitê de transição de governo, Colnago afirmou que vê ganhos com a união de ministérios em uma grande pasta da economia proposta pelo novo governo do presidente eleito Jair Bolsonaro.
"Há uma preocupação operacional sempre, mas os ganhos de sinergia são muitos evidentes na reunião dos ministérios. Então acho que nós teremos um ganho", avaliou.
Sobre a reunião com a equipe de transição, o ministro disse que voltaram a discutir temas como a estrutura administrativa ministerial e o orçamento.
"Como estamos chegando cada vez mais perto de definir a estrutura, é importante a gente estar mais próximo até para auxiliar o desenho operacional dessas estruturas", explicou.