Racha no PDT ameaça apoio do partido ao governo Dilma
O partido vem trancando votações e nem sempre votando com a base aliada, o que fez a presidente reunir-se com o presidente da legenda
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2013 às 13h54.
Brasília - As disputas internas no PDT, aprofundadas desde que Brizola Neto assumiu a pasta do Trabalho, já são vistas pelo Planalto como um racha que ameaça o apoio da sigla ao governo no Congresso e sua permanência na base aliada, segundo fontes políticas ouvidas pela Reuters.
Preocupada com a divisão, a presidente Dilma Rousseff chamou o presidente do partido, Carlos Lupi, na última semana para tentar uma reaproximação e falar das dificuldades que o partido vem impondo ao governo no Congresso, trancando votações no colégio de líderes e nem sempre votando com a base aliada.
O presidente do PDT reclamou que o partido tem sido pouco atendido pelo Planalto e da difícil relação com Brizola Neto, que assumiu o ministério depois de Lupi ter sido alvejado por denúncias de irregularidades em 2011, segundo disse o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força.
Além disso, Lupi reclamou da interferência de Carlos Araújo, ex-marido de Dilma, fundador da sigla e ex-deputado pedetista.
"Ele tem dado opiniões hostis", disse Lupi à Reuters nesta sexta-feira, acrescentando que Araújo tem alimentado "animosidades" entre a atual direção pedetista e o grupo liderado por Brizola Neto.
Segundo ele, o ex-integrante do partido vem "há tempos" alimentando divisões, desde que começou a apadrinhar o atual ministro do Trabalho, com quem Lupi trava uma disputa.
O advogado gaúcho, quatro vezes deputado estadual pelo PDT, foi, ao lado de Dilma, com quem se casou na década de 70 e teve uma filha, um dos fundadores da sigla e muito próximo de Leonel Brizola. Dilma deixou o PDT em 2000 para depois se filiar ao PT.
Lupi indicou à presidente que seu ex-marido tem alimentado tensões "desnecessárias" e prejudiciais à relação do PDT com o governo, relatou uma fonte do governo à Reuters.
Desde a saída de Lupi da pasta do Trabalho, a fidelidade do partido ao governo diminuiu drasticamente. O deputado Paulo Pereira da Silva chega a ser apontado como "membro da oposição" por articuladores do governo na Câmara.
O Planalto precisou intervir na tentativa de Brizola Neto retirar Lupi do Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cargo que já ocupava quando ministro.
O grupo do ministro também tentou vencer a liderança do partido na Câmara dos Deputados, para desafiar a atual direção, mas não teve sucesso.
"Esta disputa faz com que, depois do DEM e do PSDB, o PDT esteja entre nossos maiores problemas no Congresso", disse uma fonte da área da articulação política do governo.
A ministra Relações Institucionais, Ideli Salvatti, segundo Lupi, citou na reunião com Dilma a dificuldade de apoio que o governo encontra no partido.
Um exemplo foi o projeto do Funpresp -que mudou as regras da previdência do funcionalismo público-, que teve apenas dois votos a favor da proposta do governo em uma bancada de mais de 20 deputados.
Um próximo round na disputa dentro do partido pode ocorrer no dia 22 de março, quando está marcada a eleição para a presidência do PDT. O Planalto já fez chegar aos ouvidos de Brizola Neto que, caso ele decida concorrer contra Lupi e perca o posto por ampla vantagem, terá poucas condições de se manter à frente do ministério.
Brasília - As disputas internas no PDT, aprofundadas desde que Brizola Neto assumiu a pasta do Trabalho, já são vistas pelo Planalto como um racha que ameaça o apoio da sigla ao governo no Congresso e sua permanência na base aliada, segundo fontes políticas ouvidas pela Reuters.
Preocupada com a divisão, a presidente Dilma Rousseff chamou o presidente do partido, Carlos Lupi, na última semana para tentar uma reaproximação e falar das dificuldades que o partido vem impondo ao governo no Congresso, trancando votações no colégio de líderes e nem sempre votando com a base aliada.
O presidente do PDT reclamou que o partido tem sido pouco atendido pelo Planalto e da difícil relação com Brizola Neto, que assumiu o ministério depois de Lupi ter sido alvejado por denúncias de irregularidades em 2011, segundo disse o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força.
Além disso, Lupi reclamou da interferência de Carlos Araújo, ex-marido de Dilma, fundador da sigla e ex-deputado pedetista.
"Ele tem dado opiniões hostis", disse Lupi à Reuters nesta sexta-feira, acrescentando que Araújo tem alimentado "animosidades" entre a atual direção pedetista e o grupo liderado por Brizola Neto.
Segundo ele, o ex-integrante do partido vem "há tempos" alimentando divisões, desde que começou a apadrinhar o atual ministro do Trabalho, com quem Lupi trava uma disputa.
O advogado gaúcho, quatro vezes deputado estadual pelo PDT, foi, ao lado de Dilma, com quem se casou na década de 70 e teve uma filha, um dos fundadores da sigla e muito próximo de Leonel Brizola. Dilma deixou o PDT em 2000 para depois se filiar ao PT.
Lupi indicou à presidente que seu ex-marido tem alimentado tensões "desnecessárias" e prejudiciais à relação do PDT com o governo, relatou uma fonte do governo à Reuters.
Desde a saída de Lupi da pasta do Trabalho, a fidelidade do partido ao governo diminuiu drasticamente. O deputado Paulo Pereira da Silva chega a ser apontado como "membro da oposição" por articuladores do governo na Câmara.
O Planalto precisou intervir na tentativa de Brizola Neto retirar Lupi do Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cargo que já ocupava quando ministro.
O grupo do ministro também tentou vencer a liderança do partido na Câmara dos Deputados, para desafiar a atual direção, mas não teve sucesso.
"Esta disputa faz com que, depois do DEM e do PSDB, o PDT esteja entre nossos maiores problemas no Congresso", disse uma fonte da área da articulação política do governo.
A ministra Relações Institucionais, Ideli Salvatti, segundo Lupi, citou na reunião com Dilma a dificuldade de apoio que o governo encontra no partido.
Um exemplo foi o projeto do Funpresp -que mudou as regras da previdência do funcionalismo público-, que teve apenas dois votos a favor da proposta do governo em uma bancada de mais de 20 deputados.
Um próximo round na disputa dentro do partido pode ocorrer no dia 22 de março, quando está marcada a eleição para a presidência do PDT. O Planalto já fez chegar aos ouvidos de Brizola Neto que, caso ele decida concorrer contra Lupi e perca o posto por ampla vantagem, terá poucas condições de se manter à frente do ministério.