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Queiroz reaparece e diz ao SBT que dinheiro veio de negócios com carros

"Eu sou um cara de negócios, eu faço dinheiro, compro carro, revendo carro, eu sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora", afirmou

Fabrício Queiroz: ele disse que ganhava cerca de 10 mil reais por mês quando fazia assessoria a Flávio Bolsonaro (SBT/Reprodução)

Fabrício Queiroz: ele disse que ganhava cerca de 10 mil reais por mês quando fazia assessoria a Flávio Bolsonaro (SBT/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 26 de dezembro de 2018 às 20h31.

Última atualização em 27 de dezembro de 2018 às 11h20.

Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, afirmou em entrevista ao SBT que entre suas atividades está a de revenda de carros, após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontar "movimentação atípica" de mais de 1,2 milhão de reais do ex-assessor.

"Eu sou um cara de negócios, eu faço dinheiro, compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro, eu sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora, na minha época lá atrás, comprava um carrinho, mandava arrumar, revendia", afirmou na entrevista ao SBT divulgada nesta quarta-feira.

Ele disse que ganhava cerca de 10 mil reais por mês quando fazia assessoria a Flávio Bolsonaro e que seus rendimentos mensais eram de cerca de 24 mil reais, incluindo remuneração como policial.

Entenda o caso

Queiroz passou a ser o pivô do principal problema político do presidente eleito Jair Bolsonaro quando o Estado revelou, no dia 6 de dezembro, o relatório do Coaf sobre a movimentação atípica.

Uma das movimentações foi o depósito de um cheque de R$ 24 mil na conta da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

O presidente eleito já justificou os depósitos afirmando que eram pagamentos de um empréstimo que havia feito a Queiroz, e disse que se tiver errado por não ter registrado a operação na declaração do Imposto de Renda irá reparar o erro.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou ainda que funcionários do gabinete de Flávio chegaram a depositar 99% do que receberam no período na conta de Queiroz, e que a maioria das transferências foram feitas no dia ou em datas próximas ao pagamento na Alerj.

Sumiço

Esta é a primeira vez que o ex-assessor fala publicamente sobre o assunto. Por duas vezes, Queiroz alegou problema de saúde para não comparecer ao depoimento que seria prestado ao Ministério Público nos dias 19 e 21 deste mês.

De acordo com Queiroz, ele precisará fazer uma cirurgia por conta de um tumor maligno no intestino.

"Tenho uma cirurgia pra fazer no ombro (esquerdo). estava com problema na urina, tosse. E foi constatado um câncer. É um câncer maligno, indicado sem nem pegar a biopsia. Vou ser submetido a outros exames e (o médico) me disse que temos que operar o mais rápido possível. É um tumor grande no intestino. As fezes passam fininho. Não estou fugindo do MP. Quero prestar esclarecimento."

Ele não soube dizer o nome completo do médico que o trata e não quis divulgar o hospital em que foi internado.

No dia 7 de dezembro, Flávio Bolsonaro disse ter conversado com Queiroz, e afirmou que ele teria lhe dado "explicações convincentes" para o episódio, mas não disse quais seriam elas.

O MPRJ informou que também pedirá para que Flávio Bolsonaro preste esclarecimentos sobre o caso, no dia 10 de janeiro.

Na semana passada, ao ser questionado por jornalistas, Flávio Bolsonaro disse ter conversado recentemente com Queiroz e ouvido do ex-assessor como justificativa para a movimentação financeira que ele tinha gerido recursos da família no período apontado pelo Coaf.

Veja a entrevista completa:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=dg1GFo3ALGI&w=560&h=315%5D

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