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Queiroga não informa se governo comprará Coronavac para crianças

Ministro disse que ainda aguarda publicação da decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária no Diário Oficial da União

 (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)

(Governo do Estado de São Paulo/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de janeiro de 2022 às 17h59.

Última atualização em 20 de janeiro de 2022 às 18h32.

O Ministério da Saúde não informou nesta quinta-feira, 20, se comprará a vacina da Coronavac nem como será a distribuição do imunizante para ampliar a vacinação de crianças no Brasil. Ao contrário disso, o ministro Marcelo Queiroga disse que ainda aguarda publicação da decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Diário Oficial da União.

A agência aprovou nesta quinta-feira, 20, o uso da vacina produzida pelo Instituto Butantan, em crianças de 6 a 17 anos de idade que não sejam imunocomprometidas. A imunização de crianças em meio à explosão de casos de covid-19 é considerada essencial para proteger esse público ainda vulnerável. As taxas de hospitalização de crianças têm aumentado e o Brasil é um dos países com mais óbitos infantis pela covid-19 em todo o mundo.

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Nesta quinta-feira, a Anvisa analisou documentos enviados pelo Butantan que demonstram a segurança e a efetividade da Coronavac para a população pediátrica. A proteção do imunizante no Chile, país que já vem usando a Coronavac largamente em crianças, alcançou 90% contra hospitalizações. A vacina também apresentou alta taxa de segurança e poucas reações adversas.

Nas redes sociais o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que "todas as vacinas autorizadas pela Anvisa são consideradas para a PNO [Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19]. Aguardamos o inteiro [teor] da decisão e sua publicação no DOU [Diário Oficial da União]", afirmou Queiroga.

Indagado sobre os planos de compra e distribuição do imunizante aos estados, o Ministério da Saúde informou apenas que o posicionamento da pasta é o mesmo do que foi informado pelo ministro nas redes sociais. O Instituto Butantan informou, na tarde desta quinta, que ainda não houve manifestação do Ministério da Saúde para comprar a Coronavac. "Estamos aguardando as tratativas pelos próximos dias."

O estado de São Paulo começou a aplicação da Coronavac em crianças na tarde desta quinta-feira, 20, logo após a aprovação da Anvisa. E o governador, João Doria (PSDB) disse que todas as crianças do estado receberão a vacina contra a covid-19 em até três semanas.

Segundo o governo estadual de São Paulo, haverá uso imediato de 8 milhões de doses da Coronavac nos 645 municípios paulistas. Outras 7 milhões de vacinas serão oferecidas a estados e prefeituras que tiverem interesse no imunizante.

Além de crianças com comorbidades, poderão se vacinar em São Paulo, de 20 a 30 de janeiro, crianças sem comorbidades com idades entre 9 e 11 anos. Entre 31 de janeiro e 10 de fevereiro, a campanha no estado de São Paulo vai priorizar crianças de 5 a 8 anos.

A vacinação de crianças tem sido motivo de uma queda de braço entre a Anvisa e o presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro já levantou suspeitas sobre supostos interesses da Anvisa em dar aval à vacinação infantil. Na ocasião, o presidente da agência, Antonio Barra Torres, publicou carta pública cobrando retratação por parte do chefe do Executivo. Antigo aliado do presidente, Torres entrou nos holofotes depois que começou a rebater as insinuações de Bolsonaro contra a agência sanitária.

Nesta quinta-feira, após a aprovação da Coronavac para crianças na Anvisa, Barra Torres disse que o papel de decidir pela inclusão ou não do imunizante no plano nacional de vacinação não é da agência, mas do Ministério da Saúde. "A decisão sobre quando, como, onde e se a vacina se dará adotada pelo PNI [Programa Nacional de Imunizações] para crianças é do Ministério da Saúde."

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