Brasil

PT vai questionar Casa Civil em caso ligado à Marcela Temer

A líder do partido, Gleisi Hoffmann, vai questionar a ação movida pela Casa Civil que levou à censura de reportagens veiculadas sobre a primeira-dama

Marcela Temer: o governo entrou com ação na Justiça contra a veiculação de reportagens sobre um caso de extorsão sofrido pela primeira-dama (Reuters/Reuters)

Marcela Temer: o governo entrou com ação na Justiça contra a veiculação de reportagens sobre um caso de extorsão sofrido pela primeira-dama (Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 17h25.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2017 às 17h26.

A liderança do PT no Senado, representada pela senadora Gleisi Hoffmann (PR), vai protocolar representação na Comissão de Ética Pública da Presidência para questionar a ação movida pela Casa Civil que levou à censura de reportagens veiculadas sobre primeira-dama Marcela Temer.

Na interpretação da assessoria jurídica, a Casa Civil não poderia ser usada para a defesa de um caso privado, ao passo que assuntos da Estado deveriam ser defendidos exclusivamente pela Advocacia-Geral da União (AGU).

A ação foi movida na última sexta-feira, 10, pelo subsecretário de assuntos jurídicos da Presidência da República, Gustavo do Vale Rocha.

Para a assessoria jurídica do PT, a ação caracteriza atuação privada do subsecretário como advogado de Marcela.

Entretanto, pelo cargo que ocupa na Casa Civil, a atuação de Gustavo Rocha como advogado sem informação prévia à Comissão de Ética Pública configuraria conflito de interesse, conforme previsto na Lei 12.813, de maio de 2013.

A conduta estaria em desconformidade ainda com o estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que prevê que dirigentes de órgãos jurídicos da administração pública direta, indireta e fundacional são exclusivamente legitimados para o exercício da advocacia vinculada à função que exerçam, durante o período da investidura.

Além da representação na Comissão de Ética Pública, o PT estuda fazer um requerimento de informações ao Ministério do Planejamento e à Casa Civil sobre o assunto e requerer um posicionamento da AGU sobre a aplicação das normas que regem a AGU ao cargo de Subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil.

Histórico

O subsecretário de assuntos jurídicos da Presidência da República, Gustavo Rocha, entrou com ação na Justiça contra a veiculação de reportagens sobre um caso de extorsão sofrido pela primeira-dama Marcela Temer.

Rocha chegou a pedir que o juiz determinasse o recolhimento das edições impressas e imposição de multa diária de R$ 500 mil.

Em resposta, a Justiça do Distrito Federal censurou reportagens divulgadas pelos jornais Folha de S.Paulo e O Globo, que tratavam da troca de mensagens entre Marcela um hacker, que tentava extorquir dinheiro da primeira-dama.

Na decisão o juiz sustenta que "a inviolabilidade da intimidade tem resguardo legal claro" e proíbe a divulgação de qualquer conteúdo do celular de Marcela Temer. O conteúdo das reportagens publicadas foram retirados do ar.

Acompanhe tudo sobre:GovernoMichel TemerMinistério da Casa CivilPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Ministério Público vai apurar acidente de avião em Ubatuba

'Presidente quer fazer eventuais mudanças ainda este mês', diz Rui Costa sobre reforma ministerial

Prefeito de BH, Fuad Noman volta a ser entubado após apresentar instabilidade respiratória

Lula edita MP que prevê pagamento de R$ 60 mil a pessoas com deficiência causada pelo zika vírus