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Em carta, Lula "libera" PT para escolher outro candidato à Presidência

Lula afirmou que ficou feliz com o resultado da última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, na qual aparece com 30% ou 31% das intenções de voto

Lula: "O ano de 2018 é muito importante para o PT, para a esquerda, para a democracia e, para a mim, eu quero a minha liberdade" (Victor Moriyama/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de abril de 2018 às 17h42.

Última atualização em 23 de abril de 2018 às 18h48.

Da prisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva , condenado na Operação Lava Jato, escreveu que o PT pode ficar à vontade para tomar "qualquer decisão" sobre a eleição deste ano.

Em carta destinada à presidente nacional da sigla, senadora Gleisi Hoffmann (PR), Lula também afirmou que quer a sua liberdade e que ficou feliz com o resultado da última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, na qual aparece com 30% ou 31% das intenções de voto nos três cenários em que seu nome foi testado.

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A mensagem foi lida por Gleisi nesta segunda-feira, 23, no Diretório Nacional da legenda, que foi transferido para Curitiba após o encarceramento do ex-presidente na Superintendência da Polícia Federal, há cerca de duas semanas. "(Queria que vocês) ficassem totalmente à vontade para tomar qualquer decisão. O ano de 2018 é muito importante para o PT, para a esquerda, para a democracia e, para a mim, eu quero a minha liberdade", leu a senadora Gleisi.

Lula escreveu ainda que existem insinuações de que, se ele não for candidato à Presidência e ficar "longe dos holofotes", seria mais fácil assegurar uma decisão favorável a ele no Supremo Tribunal Federal (STF).

"Querida Gleisi, a Suprema Corte não tem que me absolver porque sou candidato, porque vou ficar bonzinho, ela tem que votar porque sou inocente e também para recuperar o papel constitucional que é ser garantia do comportamento da constituição", continuou Lula.

O petista terminou o texto mandando um "abraço carinhoso" para todos e disse que está com "saudades". "Fiquei feliz com a pesquisa (Datafolha) e preciso discutir com os nossos para ver como fortalecer a ideia da prova. Vou conversar com advogados para falarem com você. A luta continua. Até a vitória final. Beijos do seu amigo e companheiro Lula", despediu-se.

A carta não foi divulgada na íntegra, porém o vídeo com parte da leitura do documento foi divulgado na página do ex-ministro Alexandre Padilha (PT) no Facebook.

Embora a Lei da Ficha Limpa impeça a candidatura de políticos condenados em segunda instância, caberá à Justiça eleitoral dar a palavra final sobre a participação ou não de Lula na eleição. O PT pretende pedir o registro da candidatura do ex-presidente e levar a disputa judicial até o último recurso possível.

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