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PT apoiaria qualquer candidato contra Bolsonaro, diz Haddad

Segundo o candidato do PT, a elite brasileira passou os últimos dois anos em busca de um "Macron brasileiro" e acabou encontrando Bolsonaro

Fernando Haddad: candidato fez apelo a militantes para que fiquem "de cabeça erguida" e disse que campanha busca desconstruir o adversário (Amanda Perobelli/Reuters)

Fernando Haddad: candidato fez apelo a militantes para que fiquem "de cabeça erguida" e disse que campanha busca desconstruir o adversário (Amanda Perobelli/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de outubro de 2018 às 20h07.

São Paulo - O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 16, em evento com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo que, se não houvesse passado ao segundo turno, poderia apoiar "qualquer candidato" contra Jair Bolsonaro (PSL).

"Nós estaríamos discutindo a sério apoiar qualquer outro candidato no segundo turno contra o Jair Bolsonaro, diante da ameaça que ele representa. A nossa elite é o contrário, está disposta a apoiar qualquer candidato para evitar a retomada do projeto de desenvolvimento com inclusão social que era o que nós estávamos fazendo até que o golpe nos tirou este direito", afirmou.

Segundo ele, a elite brasileira passou os últimos dois anos em busca de um "Macron brasileiro", em referência ao presidente da França. "Eles acabaram encontrando o Jair Bolsonaro. Seria uma piada, se não fosse tão ameaçador. Esta elite está disposta a tudo", disse Haddad.

Lembrando o apoio de Mario Covas (PSDB), Leonel Brizola (PDT) e Miguel Arraes (PSB) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno de 1989, Haddad reconheceu a dificuldade de se reproduzir uma aliança em termos semelhantes.

"Não é fácil fazer hoje porque nos dias atuais a violência hoje é maior que a violência ocorrida em 1989, quando a gente saía do período de arbítrio da ditadura. Nós não vamos voltar a esta situação (de arbítrio), ninguém aqui quer isto", afirmou.

Diante do avanço de Jair Bolsonaro (PSL) na campanha presidencial, o candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, fez um apelo a militantes para que fiquem "de cabeça erguida" e afirmou que a campanha ainda está procurando desconstruir o adversário.

Durante o ato, Haddad se referiu a Bolsonaro como um "balão". "É só acertar a agulha no orifício certo dessa armadura e isso vai derreter em alguns dias", disse Haddad, afirmando que precisa buscar 10 milhões de votos para ganhar a eleição.

O presidenciável afirmou que há trabalho a ser feito para identificar como "desnudar essa fraude", em referência ao candidato do PSL.

Haddad pediu aos apoiadores que não mudem de humor ao olhar pesquisas eleitorais e citou que não liderou nenhuma sondagem no primeiro turno da disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2012, quando foi eleito.

Cobrado por Cid Gomes (PDT) para fazer uma profunda autocrítica sobre erros do PT, Haddad afirmou que admite erros, mas que não abre mão do projeto representado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato.

"Admitimos, sim. admitimos erros, mas admitimos que o projeto que foi apresentado é um projeto que vai tirar o País da crise", declarou, citando Lula. Em discurso em Fortaleza, Cid criticou a campanha petista e ainda discutiu com apoiadores petistas que gritaram o nome do ex-presidente.

O candidato do PT atacou Bolsonaro, mais uma vez, por não ir a debates na TV. O petista relatou que uma reunião para discutir o debate na TV Record foi cancelada porque o adversário "fugiu".

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