Eliseu Padilha: José Yunes afirmou que acredita ter sido utilizado como "mula" por Padilha para distribuição de recursos ilícitos para campanhas eleitorais (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de março de 2017 às 12h34.
Brasília - A bancada do PSOL na Câmara protocolou na quinta-feira, 2, uma representação contra o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, na Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo o líder do partido, deputado Glauber Braga (RJ), o objetivo é ampliar as investigações sobre as informações prestadas por José Yunes, em depoimento ao Ministério Público Federal, de que foi Padilha quem negociou com o ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo uma doação de R$ 10 milhões para o PMDB em 2014.
Yunes, que é amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer, afirmou que acredita ter sido utilizado como "mula" por Padilha para distribuição de recursos ilícitos para campanhas eleitorais.
"Face os relevantes indícios aduzidos, vimos requerer a esse eminente órgão que dê prosseguimento à investigação, com a necessidade de celeridade, para que se apura eventuais irregularidades cometidas (por Padilha)", diz a peça.
O ministro está licenciado do governo desde a semana passada por causa de uma cirurgia para a retirada da próstata. O afastamento coincidiu com a revelação do depoimento de Yunes.
Ele deverá ficar de licença por pelo menos 30 dias. Nos bastidores, não se descarta a possibilidade de Padilha não retornar à Casa Civil.