Declarações se seguem às de José Serra, segundo o qual falar em mudanças no PSDB seria um modo de se submeter à estratégia do PT (Renato Araujo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2012 às 09h41.
São Paulo - O PSDB precisa, daqui por diante, de "um discurso convincente, afim com os problemas atuais do País". Mas esse novo discurso não significa que o partido deva necessariamente sair à cata de nomes novos. "Juventude, em si, não produz ideias novas", adverte. "O mais importante são as ideias, não necessariamente novas mas renovadas para fazer frente às conjunturas."
É com essas palavras que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso define os horizontes do tucanato depois das eleições de domingo (28), em que o partido teve vitórias a festejar mas amargou uma derrota na batalha mais importante, a da Prefeitura de São Paulo.
As declarações do ex-presidente se seguem às do candidato derrotado José Serra, segundo o qual falar em mudanças no PSDB seria um modo de se submeter à estratégia do PT. Antes dessa fala de Serra, FHC havia dito que o momento "é de mudança de gerações", mas "isso não quer dizer que os antigos líderes vão desaparecer, eles têm de empurrar os novos para a frente".
FHC discorda de várias análises feitas sobre o futuro do partido. Uma delas é que o PSDB paga o preço por ser uma sigla muito "paulista". "O partido nunca esteve concentrado apenas em São Paulo. Não se esqueça de que ele governa também Minas e o Paraná, além de Goiás, Alagoas, Tocantins e Roraima. E agora ganhou nas principais capitais do Norte, Belém e Manaus, e em algumas do Nordeste", elenca.
Perguntado se o seu partido paga o preço de não ter reagido no passado, abrindo a possibilidade de o PT "roubar" sua mensagem, o ex-presidente reconhece que o PSDB "poderia ter sido mais enérgico na defesa do que fez e em desmascarar a apropriação indébita e a propaganda enganosa". "Mas águas passadas não movem moinhos", comenta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo