PSDB permanece no governo mesmo que perca ministérios, diz Aécio
Atualmente, o partido têm quatro ministérios no governo Temer: Cidades, Relações Exteriores, Secretaria de Governo e Direitos Humanos
Agência Brasil
Publicado em 15 de agosto de 2017 às 17h54.
O presidente licenciado do PSDB , senador Aécio Neves (MG), disse hoje (15), após reunião com o presidente Michel Temer , que o partido seguirá no governo, mesmo que perca ministérios, enquanto houver por parte do Palácio do Planalto o compromisso em aprovar reformas como a da Previdência.
Desde a votação no dia 2 de agosto em que foi arquivada a denúncia da procuradoria-geral da República contra Temer na Câmara dos Deputados, partidos da base aliada têm pressionado o governo para obter ministérios atualmente ocupados por tucanos, pois o PSDB votou dividido na apreciação da denúncia.
Dos 47 deputados tucanos, 22 votaram pelo arquivamento da denúncia, 21 pela investigação e quatro se ausentaram.
Atualmente, o PSDB têm quatro ministérios: Cidades, Relações Exteriores, Secretaria de Governo e Direitos Humanos.
"Os cargos não são do PSDB, jamais foram. Os cargos são do presidente da República que tem toda a liberdade para utilizá-los da forma que achar melhor para o seu governo", disse Aécio. Segundo o tucano, o compromisso do partido não é com cargo, mas sim com as reformas.
"Não pedimos cargos para o presidente no início do governo. Ele buscou o PSDB e nós liberamos para que o fizesse, quadros altamente qualificados e que prestam relevantes serviços ao país. Se, por determinadas circunstâncias, amanhã ele achar melhor ocupar esses cargos de outra forma, o PSDB continua tendo o mesmo compromisso com as reformas. Isso não altera um voto no PSDB", disse o senador mineiro.
Aumento da meta
Sobre a elevação da meta do déficit fiscal, o presidente afastado do PSDB disse que não é "o melhor dos mundos", mas a decisão possível diante da frustração de receitas. Aécio Neves ponderou que o país ainda vive um momento "extremamente conturbado", apesar de sinais de recuperação em alguns setores da economia e que, ao elevar o déficit fiscal, o governo age "com prudência".
"Não é o melhor dos mundos. Preferiríamos que não houvesse essa mudança na meta e insistimos nas conversas que tivemos com a área econômica e com o próprio presidente da República para que o esforço maior fosse feito na outra ponta, da inibição dos gastos, mas o governo, na ponta do lápis, aponta para frustração de receitas e gastos irremovíveis, que não são flexíveis, que são obrigatórios. Infelizmente, vamos ter uma sinalização que não é a mais adequada mas que, segundo o governo, é a sinalização possível".