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Protesto na Ceagesp termina com quatro feridos

Mais cedo, a Ceagesp confirmou que os seguranças da companhia disparam vários tiros durante o protesto, e que os tiros foram dados para o alto


	Ceagesp: caminhoneiros protestaram contra o início da cobrança para estacionamento de carros e caminhões
 (Fernando Moraes/Veja SP)

Ceagesp: caminhoneiros protestaram contra o início da cobrança para estacionamento de carros e caminhões (Fernando Moraes/Veja SP)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2014 às 19h12.

São Paulo - Quatro pessoas ficaram feridas, uma delas à bala, durante atos de vandalismo na manhã de hoje (14) na Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na zona oeste da capital paulista.

A confirmação foi dada à Agência Brasil pela assessoria de imprensa da Ceagesp. Segundo a assessoria, o ferido foi levado ao Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP).

O hospital informou que o paciente Wellington Washington dos Santos, 23 anos, foi submetido a uma cirurgia e seu quadro clínico é estável. Mais cedo, a Ceagesp confirmou que os seguranças da companhia disparam vários tiros durante o protesto, e que os tiros foram dados para o alto. Os feridos são três seguranças privados atingidos por pedras.

O protesto teve início na manhã de hoje. Caminhoneiros protestaram contra o início da cobrança para estacionamento de carros e caminhões.

Por volta das 12h, eles colocaram fogo na sede da fiscalização da companhia. Mais cedo, haviam quebrado cabines, montado barricadas, depredado carros e incendiado um caminhão.

Foram incendiados também o prédio do Departamento de Entrepostos, que corre risco de desabar, e o prédio do setor de fiscalização. Também foram incendiados contêineres de lixo no Portão 13. Dois pelotões da Tropa de Choque entraram pouco depois das 12h30 na Ceagesp e controlaram o protesto.

José Luiz Batista, presidente do Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo, negou que a manifestação tenha sido convocada pelos sindicatos do setor. “O sindicato patronal, que é produtor rural, que tem seu produto para comercializar, não ia orquestrar uma manifestação desordenada do jeito que foi. Foi uma manifestação voluntária. Sabíamos que a insatisfação era grande”, disse ele.


“Temos interesse em apurar quem foram os culpados por essa manifestação. Houve prejuízo para a companhia e dano público. Não sei dizer o tamanho do dano, mas o mercado se recompõe muito fácil. Os boxes estão todos em funcionamento, não tem qualquer problema para trabalhar. Mas se tiver cobrança, a paralisação está mantida. A categoria não aceitará sem discutir essa cobrança”, acrescentou o sindicalista.

Segundo ele, caso a Ceagesp não revogue cobrança do estacionamento, uma nova manifestação pode ocorrer na próxima segunda-feira. Isso será acertado em uma reunião entre os diversos sindicatos ligados à Ceagesp. “Temos uma manifestação marcada para segunda-feira. Na hora do acontecido [do protesto de hoje] estávamos todos reunidos [quatro sindicatos] orquestrando a manifestação, que será pacífica, onde pretendemos demonstrar nossa insatisfação com um projeto que já nasceu morto”, disse ele.

Um dos prédios atingidos pelo vandalismo foi o do Departamento de Entrepostos, onde trabalhava Nilda Roncolato, chefe de seção. Ela disse que trabalhava no local há 35 anos e que nunca tinha presenciado algo como o que ocorreu hoje.

“Acho que não tinha necessidade disso. Podia ser conversado. Isso aqui é nossa casa. Se o pessoal quer cobrar ou não, é preciso conversar, ver os prós e contras”, disse ela, que chorou ao ver o prédio pela primeira vez depois de destruído.

Nilda estava no local quando os manifestantes chegaram jogando pedras e incendiando o prédio. “Era tudo mascarado. Não era gente que veio para conversar, mas para tumultuar mesmo. Eles [manifestantes] atacaram com pedras alguns seguranças. Estavam eu e meus funcionários. Jogaram pedras e ficamos com medo. Queimaram o carro de guincho. Só não pegaram a ambulância porque ela tinha ido socorrer alguém”, contou ela.

“O prejuízo foi grande. Na parte de documentação, com certeza”, disse ela, que contou que a maior parte da documentação que havia no local se referiam a contratos. Segundo Nilda, nenhum dos contratos eram digitalizados.

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