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Proporção de domésticas jovens cai de 50% a 16% em 20 anos

Proporção de mulheres jovens trabalhando como empregadas domésticas caiu drasticamente; salário aumentou, mas ainda ficou menor que o mínimo

Empregadas domésticas: número de formalizadas aumentou, e de diaristas também (Mario Rodrigues/Veja São Paulo/Reprodução)

Empregadas domésticas: número de formalizadas aumentou, e de diaristas também (Mario Rodrigues/Veja São Paulo/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de março de 2017 às 14h09.

Rio - O trabalho doméstico atrai cada vez menos mulheres jovens no País. A proporção de empregadas domésticas com até 29 anos de idade caiu mais de 30 pontos porcentuais em 20 anos: de 51,5% em 1995 para 16% em 2015, um recuo de 35,5 pontos porcentuais.

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 6, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A renda das domésticas, entretanto, saltou 64% nesses 20 anos, atingindo o valor médio de R$ 739,00 em 2015. Mesmo com o crescimento, o rendimento médio ainda ficou abaixo do salário mínimo da época, era de R$ 788,00.

O número de trabalhadoras formalizadas também aumentou. Em 1995, 17,8% das empregadas domésticas tinham carteira de trabalho assinada. Em 2015, a proporção de trabalhadores com carteira chegou a 30,4%.

Segundo o Ipea, a análise dos dados da Pnad sinalizou ainda uma tendência de aumento na quantidade de diaristas no País. Em 1995, as empregadas que trabalhavam por diária eram 18,3% da categoria. Em 2015, 31,7% das domésticas trabalhavam com esse vínculo empregatício.

O emprego doméstico ainda era a ocupação de 18% das mulheres negras e de 10% das mulheres brancas no Brasil em 2015.

Negros x brancos

Em 20 anos, a renda média das mulheres negras cresceu oito vezes mais do que o ganho médio dos homens brancos, mas isso foi insuficiente para cobrir o abismo que há entre as duas realidades financeiras.

Em 2015, na média, um homem branco ganhava R$ 2.509,70, mais do que o dobro do rendimento médio de uma mulher negra, que ficou em R$ 1.027,50.

Os dados também foram divulgados nesta segunda pelo Ipea, com dados da Pnad, do IBGE.

Conforme o Ipea, as distâncias entre os quatro principais grupos populacionais considerando cor e gênero não se alteram expressivamente ao longo do período.

A ordem da desigualdade de renda também se mantém: homens brancos ganham mais, seguidos de mulheres brancas, homens negros e mulheres negras, grupo que recebe menos.

Em 1995, a diferença entre homens brancos e mulheres negras era muito maior porque elas ganhavam bem menos. Na média, há 20 anos, o rendimento das mulheres negras era de R$ 570,30, em valores já atualizados pela inflação. Os R$ 1.027,50 de 2015 representam crescimento de 80,2%.

Já o avanço da renda dos homens brancos foi mais modesto. Os R$ 2.509,70 de 2015 estão 10,9% acima dos R$ 2.262,60 de 1995, também com a inflação descontada.

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