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Estas são as escolas que estão transformando o Brasil

De uma escola comunitária em Salvador até uma instituição democrática em Cotia: conheça as escolas que podem mudar o Brasil

Laureate Education Inc. (Elza Fiúza/ Agência Brasília)
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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2015 às 19h26.

Dez escolas brasileiras foram consideradas transformadoras pelo projeto “Escolas Transformadoras”, iniciativa da organização mundial Ashoka e do Instituto Alana, por proporcionarem o desenvolvimento de novas competências como a empatia, a criatividade, o trabalho em equipe e o protagonismo social aos alunos.

“O conjunto dessas aptidões dá ao indivíduo as ferramentas necessárias para se tornar transformador, capaz de empreender e liderar ações que criem um futuro melhor para todos nós”, disseram os organizadores.

A Escola Comunitária Luiza Mahin, de Salvador (BA), que nasceu da iniciativa da Associação de Moradores do Conjunto Santa Luzia, valoriza a cultura afro-brasileira e foi uma das selecionadas.

A coordenadora Sonia Dias explicou que ali se trabalha “a questão da ancestralidade. O desafio é deixar a chama acesa em cada criança, em cada pessoa que compõe a equipe”.

“Conseguimos desenvolver em cada criança o sentimento de pertencimento ao território, garantir a eles o desejo de não querer habitar outro local e, assim, transformar o local em que ele está naquele local que foi construído pelo avós”, acrescentou.

“Não existe local transformado se as pessoas não estiverem transformadas”, disse Sonia.

Outro exemplo transformador é o Colégio Viver, localizado em uma grande área verde, afastada da cidade, no município de Cotia (SP). Ali, são realizadas assembleias para discutir os problemas da escola e as crianças fazem as regras a partir de discussões.

Em uma das ocasiões, ficou decidido que as crianças, quando quebrassem alguma coisa do uso comum, teriam de providenciar o conserto. “E a ideia não é pagar o objeto. Queremos mostrar responsabilidade”, afirmou a coordenadora Anna Maria Freire.

A Ashoka e o Instituto Alana trouxeram para o Brasil uma experiência de Escola Transformadora da Índia: a Riverside. A empreendedora social indiana Kiran Bir Sethi criou a escola em 2001 a partir do que vivenciou com seu filho, na época com 6 anos de idade. Após uma atividade frustrada na escola em que estudava, o menino voltou para casa dizendo “eu não consigo, eu não posso”.

“Falamos para as nossas crianças “você não tem escolha a não ser escutar, escutar o que temos a dizer para você. E aí nos perguntamos: por que nossos filhos não se tornam transformadores?”, disse Kiran.

Naquele dia, ela tirou o filho da escola e pensou o que faria. “Eu não tinha nenhum problema com a escola, eu tinha um problema com o sistema, que faz as nossas crianças falarem “não consigo, não posso”, ressaltou.

“Em 2001, testamos e iniciamos a escola Riverside com um foco: desenhar a natureza humana, que vai fazer com que toda criança diga “sim, eu posso ser um realizador de mudanças, um transformador, um protagonista social”, disse Kiran.

A coordenadora do Instituto Alana, Ana Cláudia Leite, afirmou que o projeto traz luz para experiências que ocorrem ao redor do mundo e que já estão caminhando neste processo de olhar o potencial da criança.

“Essas escolas transgridem, mostram que podem ser um espaço de convivência, de fortalecimento das competências transformadoras e espaço que gera ações e fortalece a utopia”, finalizou.

São Paulo – Valorização de boas práticas na sala de aula, professores motivados, recursos bem alocados e investimento em pesquisa. Enumerar os fatores que contribuem para a melhora da educação é algo aparentemente fácil. Colocá-los em prática pode não ser algo tão simples — ainda mais numa época de recursos escassos. A partir de suas vivências, os palestrantes do EXAME Fórum de Educação, que aconteceu nesta terça-feira (15), em São Paulo, mostraram o que dá para ser feito desde já para resolver um dos maiores desafios do país. “Embora haja contigenciamento [de recursos], o privilégio da área da educação é que ela lida com inteligência, que não é algo que pode ser contigenciado, mesmo em tempos adversos”, disse Renato Janine Ribeiro, ministro da Educação . Para Barbara Bruns, economista-chefe do Banco Mundial na área de educação para América Latina e o Caribe, a questão mais urgente é a criação de políticas públicas que distinguam os bons dos maus professores. “O problema é que todos são tratados da mesma forma, mesmo aqueles com desempenho muito diferenciado. Os bons não recebem incentivo, os ruins não sofrem consequências”, disse Barbara. A multiplicação das chamadas ilhas de excelência, instituições de onde saem talentos como o matemático brasileiro Artur Avila, ganhador da Medalha Fields, foi outro ponto debatido. Responsáveis por três destas ilhas, César Camacho, diretor do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), Fernando Toshinori Sakane, reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e Nelson Wolosker, vice-presidente do Hospital Albert Einstein, dividem a mesma opinião: é preciso diminuir a burocracia dentro das universidades e disseminar as práticas que dão certo. Navegue pelas imagens e veja no que todos eles apostam para que o Brasil dê um salto de qualidade na educação.
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