Sondagem Industrial consultou 1.529 empresas de todo o país, entre os dias 4 e 19 deste mês (Uwe Hermann/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2010 às 18h22.
Brasília – O nível da produção industrial caiu de 55,1 pontos em agosto para 53 pontos no mês passado. O resultado de setembro ficou um pouco abaixo da média histórica de 53,6 pontos, de acordo com pesquisa divulgada hoje (27) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A Sondagem Industrial consultou 1.529 empresas de todo o país, entre os dias 4 e 19 deste mês.
O gerente da Unidade de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento da CNI, Renato da Fonseca, disse que, apesar da queda do indicador, a atividade continuou em alta no terceiro trimestre, se comparado ao trimestre anterior. “A indústria registrou melhora nas condições financeiras do terceiro trimestre e, pela primeira vez, o lucro operacional das empresas é considerado satisfatório pelos próprios empresários”. Ressaltou que, na pesquisa, o indicador de empregados na indústria subiu de 54,6 pontos para 55,2 pontos na comparação trimestral.
O economista da CNI afirmou que, depois de nove trimestres seguidos de dificuldades, “as condições de acesso ao crédito se normalizaram no caso das grandes empresas e as pequenas empresas, que haviam interrompido o ritmo de crescimento no segundo trimestre deste ano, voltaram a crescer em agosto e setembro”.
A Sondagem Industrial ouviu 201 grandes empresas, 424 empresas de porte médio e 904 pequenas empresas. Com base nessa amostra, concluiu que o percentual médio de utilização da capacidade instalada (UCI) cresceu de 75% para 76% do segundo para o terceiro trimestre do ano. Ainda abaixo dos 78% registrados no terceiro trimestre de 2008, antes da crise financeira mundial.
Segundo Fonseca, a UCI está no “nível usual para o período” e isso demonstra que o ritmo de expansão na indústria de transformação “não é excessivo”. Ele acrescentou que a atividade sempre cresce um pouco no terceiro trimestre de cada ano, quando a indústria começa a atender as encomendas para as festas de fim de ano.
De modo geral, o otimismo do empresariado continua elevado, de acordo com a Sondagem Industrial da CNI. O problema mais preocupante, no entender de Renato da Fonseca, diz respeito à queda de expectativas quanto às exportações, por causa da valorização do real em relação ao dólar. Indicador que vem se retraindo desde março último.
O empresariado também demonstra preocupação em relação à elevada carga tributária. Outro ponto que vem ganhando espaço nas discussões dos empresários é a falta de qualificação profissional, que obriga as empresas a formar pessoal próprio, o que implica mais custos.